São Paulo, sexta-feira, 20 de junho de 1997
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O PREÇO DO TÁXI

O governo do Estado propôs que os taxistas possam baixar voluntariamente o preço da bandeirada na cidade de São Paulo durante, pelo menos, o período de rodízio antipoluição. A medida parece ser uma espécie de compensação aos que ficarão privados de seu veículo particular. Mas, além desse seu aspecto pontual, a iniciativa do governo do Estado pode interferir, propositadamente ou não, na situação atual do mercado de viagens de táxi em São Paulo.
Dados sobre a situação do transporte na cidade indicam que o táxi é relativamente caro. De acordo com pesquisa realizada pelo Instituto Gallup, passou de 4% para 8% (entre novembro de 96 e abril de 97) o número de pessoas que abandonaram os táxis e ônibus para adotar os chamados lotações, fenômeno relativamente recente na metrópole. Sindicato da categoria observa que vem aumentando a quilometragem rodada ociosamente pelos taxistas.
Parece haver um excesso de oferta. Seria, portanto, razoável que o preço do serviço pudesse ser reduzido para ajudar a diminuir a ociosidade da frota e para que, principalmente, mais pessoas tenham acesso a esse meio de transporte público.
No entanto, há uma divisão entre o sindicato dos taxistas de frota e o dos motoristas autônomos sobre a redução da bandeirada. Os frotistas se dispõem a conceder os descontos, ao contrário dos autônomos. Existe mesmo a ameaça de que essa disputa possa degenerar em violência.
Essas diferenças podem indicar que muitos motoristas não estão de acordo em relação ao preço das tarifas. Por outro lado, os dados acima referidos levam a crer que talvez existam táxis demais para a atual capacidade de consumo da população -ademais, a própria categoria recentemente recusou uma majoração de preços, dada a baixa demanda. A redução voluntária de tarifa teria o efeito de fazer com que o mercado definisse um tamanho mais realista para a frota -perderiam alguns taxistas, ganharia a população.

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