São Paulo, terça-feira, 24 de junho de 1997
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Atemóia traz sabor inca aos pomares

VERENA GLASS
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Um dos pioneiros do kiwi no Brasil, o psicanalista francês Leon Bonaventure, radicado há 30 anos no país, está investindo agora no plantio da atemóia.
Variedade exótica da família das anonáceas, a fruta foi desenvolvida na Austrália no final do século passado a partir do cruzamento da fruta-do-conde com a sua parente da cordilheira dos Andes, a cherimóia (ou cherimólia).
Com polpa branca, doce e saborosa, a atemóia é cultivada em larga escala no Chile, EUA, Israel, Austrália e Nova Zelândia e vem encontrando boa receptividade no mercado internacional.
Em seu sítio de 20 ha em São Bento do Sapucaí (185 km a nordeste de São Paulo), Bonaventure formou pomares com 1.600 plantas/ha. Ele espera colher, em dois anos, entre 20 t e 25 t de frutas/ha.
A partir de setembro, Bonaventure estará colocando no mercado 30 mil mudas da fruta.
A aparência da atemóia lembra a da pinha, mas seu tamanho é maior (pode chegar até 3 kg), além de ter menos sementes. A polpa, mais firme, é cremosa.
Embora muito semelhante à cherimóia, a atemóia suporta melhor o calor.
Em 96, as duas culturas ocuparam cerca de 20 mil ha no mundo todo. Mas a tendência, diante da boa aceitação no mercado, é de rápido crescimento dos pomares.
No Brasil, os primeiros pés de atemóia foram plantados por um jardineiro em Taubaté (Vale do Paraíba), na década de 60.
A partir destes primeiros exemplares, o agrônomo Takanoli Tokunaga, da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), da Secretaria da Agricultura de São Paulo, desenvolveu em São Bento do Sapucaí as mudas hoje disponíveis no mercado.
Já existem algumas culturas comerciais de atemóia em São Paulo e no Paraná. Como a produção ainda é pequena, a fruta chega a alcançar R$ 5 no mercado paulista.
A atemóia produz frutos de março a fim de julho no seu ciclo normal, mas existem técnicas de manejo que permitem a produção durante o ano todo. Se bem manejada, uma planta adulta (5 anos) pode produzir entre 60 e 100 frutas de cerca de 400 g.
Devido à sua durabilidade (se mantém firme por 12 dias após a colheita), a fruta é boa alternativa para exportação.

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