São Paulo, terça-feira, 24 de junho de 1997
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Tucanos não cedem espaço para Itamar em Minas

PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

O governador de Minas, Eduardo Azeredo (PSDB), decidiu ficar em silêncio sobre a eventualidade de o ex-presidente Itamar Franco disputar o governo estadual em 98.
Azeredo, que será candidato à reeleição, disse ontem que só falará sobre política no ano que vem.
Seus aliados, porém, rechaçam a provável candidatura de Itamar ao governo mineiro e criticam o possível apoio que ele teria de seu sucessor, o presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
O fato de Itamar ter dito que pode disputar a Presidência é interpretado pelos aliados de Azeredo como um "balão de ensaio". Eles avaliam que Itamar já desistiu da Presidência e só pensa no governo mineiro, mas quer ganhar tempo.
"Não vamos ceder espaços para o Itamar nem para ninguém", disse ontem no Palácio da Liberdade (sede do governo) o deputado estadual José Militão, integrante do diretório regional do PSDB. Ele se referia aos rumores de que Itamar poderia ingressar no PSDB para disputar o governo mineiro.
Segundo Militão, FHC está "tentando acertar as coisas nos Estados" em favor da sua candidatura à Presidência da República. Dessa forma, ficaria em uma "situação mais confortável" para tocar sua campanha eleitoral.
O presidente da Telemig (Telecomunicações de Minas Gerais), Saulo Coelho, disse que "o candidato do PSDB em 1998 é Eduardo Azeredo".
Mas Coelho admite que a situação de 1994 pode se repetir quatro anos depois. Naquele ano, FHC, então candidato à Presidência, teve dois palanques em Minas: o de Azeredo e o do ex-deputado Hélio Costa, que era apoiado pelo PFL.
"Isso poderia até vir a acontecer novamente, mas seria lamentável", disse Coelho. Os tucanos mineiros até hoje não aceitam a atitude de FHC na eleição de 1994.

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