São Paulo, terça-feira, 24 de junho de 1997
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Caixa eletrônico é arrombado e ACM suspeita de sabotagem

RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O arrombamento de mais um terminal de saque eletrônico do Banco do Brasil instalado nas dependências do Senado (o segundo em exatamente 30 dias), na noite de sábado, reforçou as suspeitas de sabotagem contra a gestão do atual presidente, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA).
Ao tomar conhecimento do novo furto (o primeiro foi no dia 22 de maio), ACM prometeu "medidas drásticas" e ameaçou até com demissões. "Vou entrar no pau. Não posso permitir isso. Vou entrar duro", afirmou.
ACM suspeita de uma ação contra sua gestão. Ele disse que "a quadrilha tem de ser presa" e, se isso não acontecer, é por "incompetência" de alguém.
Desde que ACM assumiu (em fevereiro de 97), já houve pelo menos duas ameaças anônimas de bomba, arrombamento de dois terminais do Banco do Brasil e furto de um veículo dentro do estacionamento privativo do Senado. O carro era de um agente de segurança da Casa.
A Polícia Federal e a Polícia Civil de Brasília estão investigando os dois furtos. ACM mandou ontem ofícios para o ministro da Justiça, Iris Rezende, e para o governador Cristovam Buarque, pedindo pressa nas investigações.
No início de sua gestão, ACM substituiu o ex-chefe da segurança, Francisco Pereira da Silva (o "Índio"), que estava no cargo havia 12 anos, pelo funcionário da Casa Clayton Zanlorenci.
Procurado pela Folha na última sexta-feira (antes do último arrombamento), Índio não quis comentar os incidentes que demonstram falha de segurança no Senado. "Qualquer coisa que eu dissesse seria suspeito", afirmou.
O atual chefe da segurança disse "estranhar" a sucessão de problemas, mas afirmou confiar na equipe. "Isso não me impedirá de fazer uma segurança profissional e técnica", disse.
A primeira denúncia anônima de bomba ocorreu no dia da votação da emenda da reeleição no Senado. Alguém telefonou para o número 0800612211 (Voz do Cidadão) e disse que havia uma bomba no plenário. A segurança vasculhou e nada encontrou.
A segunda denúncia ocorreu no último dia 10, quando o ministro da Fazenda, Pedro Malan, depôs sobre a venda do banco Bamerindus ao grupo inglês HSBC. A segurança foi reforçada.

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