São Paulo, terça-feira, 24 de junho de 1997 |
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FHC oferece Rio como capital da ecologia
CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
A proposta foi feita no discurso de abertura da sessão especial da Assembléia Geral das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, convocada para avaliar a situação do meio ambiente cinco anos após a reunião de cúpula sobre o tema realizada no Rio. A idéia do foro ainda não está detalhada. O governo brasileiro imagina que ele será um organismo permanente com a participação de representantes da sociedade civil, de organizações não-governamentais e de cientistas. A cobrança que o presidente prometera fazer aos países desenvolvidos foi discreta: "A inconsistência no cumprimento dos compromissos de cooperação internacional ameaça o espírito da parceria forjada no Rio de Janeiro". Em 1992, as nações ricas se comprometeram a destinar 0,7% de seus produtos internos brutos para projetos de desenvolvimento sustentável, mas essa porcentagem diminuiu dos 0,33% da época para os 0,27% atuais. FHC também tentou contrabalançar a ênfase dada à preservação das florestas com um alerta sobre a degradação do ambiente em cidades. "Há uma agenda ambiental urbana tão importante quanto a agenda verde." FHC e o vice-presidente dos EUA, Albert Gore, deram as boas vindas aos participantes da reunião, entre eles 70 chefes de Estado. O presidente Bill Clinton só vai falar à reunião na quinta-feira. Com isso, Clinton será poupado do desconforto de ouvir críticas inclusive de seus colegas de países desenvolvidos, que estão insatisfeitos com a posição dos EUA sobre o controle à emissão de gases geradores do "efeito estufa", o aquecimento da temperatura na atmosfera. Alemanha e França queriam que na reunião do Grupo dos Oito (países mais ricos), encerrada no domingo em Denver, fossem adotadas metas específicas de redução dessa emissão até a segunda década do século 21. Mas, como o vice-presidente Gore realçou em seu discurso ontem à ONU, os EUA preferem formas "flexíveis" de combate ao efeito estufa. Em dezembro próximo, em Kyoto, Japão, um acordo mundial sobre a emissão de gases deverá ser acertado entre representantes de 166 países. Duas reuniões preliminares em Bonn, Alemanha, vão preparar o documento. Mas, a julgar pela intensidade das diferenças entre os países ricos, será difícil fazer em Kyoto um texto que fixe metas e prazos para se medir o avanço nesse setor. Texto Anterior: Brasil entra em grupo por nova energia Próximo Texto: Protestos decepcionam Índice |
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