São Paulo, terça-feira, 24 de junho de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Brasil entra em grupo por nova energia

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DO ENVIADO ESPECIAL A NOVA YORK

Brasil, Alemanha, Cingapura e África do Sul anunciaram ontem em Nova York iniciativa conjunta sobre meio ambiente e desenvolvimento sustentável. Os quatro países pretendem, segundo o primeiro-ministro de Cingapura, Goh Chok Tong, "pensar globalmente a agir localmente" por meio de projetos pequenos e realizáveis em curtos períodos de tempo.
A ênfase da iniciativa é no setor de energia. Os quatro países recomendam que a primeira década do século 21 seja proclamada "Década para a Produção e Uso Sustentáveis de Energia". Entre as fontes renováveis de energia aconselhadas estão: a solar e a biomassa.
Outro ponto de atenção especial da iniciativa são os problemas urbanos. Cingapura é uma cidade-estado, o Brasil tem 75% de sua população em cidades, a Alemanha quer fazer em Berlim em 2000 uma reunião de representantes das 21 maiores cidades do mundo e a África do Sul também tem problemas em Johannesburgo.
A cerimônia de anúncio da iniciativa foi presidida pelo chanceler alemão, Helmut Kohl, autor da idéia. Kohl convidou os três outros países para o empreendimento. O vice-presidente sul-africano, Thabo Mbeki, ressaltou o simbolismo da escolha de cada nação de quatro continentes mas disse que a iniciativa não vai se limitar a símbolos.
O presidente Fernando Henrique Cardoso disse não querer criar novas organizações ou entidades mas acha necessário integrar "sob um novo espírito, um novo formato", os diversos esforços segmentados que têm sido feitos na área do ambiente, mesmo sob o âmbito exclusivo da própria Organização das Nações Unidas (ONU).
Na curta entrevista coletiva que se seguiu, FHC afirmou que "não vai voltar ao passado" em relação ao programa brasileiro de álcool, o qual pretende conservar "em parte" para "não perder a tecnologia conquistada". Afirmou que a adição de álcool à gasolina e ao óleo diesel produz uma fonte de energia mais limpa, que deve ser utilizada.
Perguntado sobre as ambições do Brasil de integrar o Conselho de Segurança da ONU como permanente ou o Grupo dos Oito (países mais ricos do mundo), FHC disse que, quando o Grupo dos Oito chegar a Grupo dos 15, "quem sabe o Brasil estará lá".
(CELS)

Texto Anterior: 'Ciranda' mata o 11º preso em Ribeirão
Próximo Texto: FHC oferece Rio como capital da ecologia
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.