São Paulo, terça-feira, 24 de junho de 1997
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Cruzeiro vai priorizar Taça Libertadores

CARLOS HENRIQUE SANTIAGO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

A torcida do Cruzeiro, que comemorou anteontem o bicampeonato mineiro batendo o recorde de público do Mineirão, já começa a falar no bicampeonato da Taça Libertadores da América.
Maurício Otávio da Paz, o "Bolão", presidente da maior torcida organizada do clube, a Máfia Azul, disse ontem que o objetivo agora é vencer a principal competição de clubes da América do Sul. O Cruzeiro já conquistou a Libertadores da América em 1976.
Segundo ele, a diretoria não deve negociar nenhum jogador neste momento, principalmente o meia Palhinha, que um empresário quer levar para o futebol japonês.
"Ele não pode ser negociado antes da Libertadores", disse.
A diretoria do clube confirmou ontem a existência da proposta, mas tranquilizou a torcida ao afirmar que Palhinha será mantido para a disputa da Libertadores.
Os diretores temem que, se for negociado, Palhinha possa fazer falta nos jogos das semifinais da competição -no final de julho contra o Colo-Colo (Chile).
Se passar pelo time chileno, o Cruzeiro vai disputar as finais da competição em meados de agosto.
Segundo o assessor da diretoria, Valdir Barbosa, o Cruzeiro só pode contar com 20 jogadores do seu elenco inscritos anteriormente na Libertadores, devido ao regulamento da competição.
O presidente da Máfia Azul disse que, mesmo sem ganhar o título mineiro sobre seu maior rival, o Atlético-MG, a torcida valorizou a conquista por causa do "descaso da imprensa" com o clube.
"Ninguém esperava tanta gente no Mineirão. A imprensa só destacava o time do Vila Nova e falava pouco do Cruzeiro."
Além do título, ele comemorou o recorde de público do estádio do Mineirão, em Belo Horizonte, que registrou a presença de 132.854 pessoas, das quais 74.857 pagaram ingresso. Mulheres e crianças de até 12 anos entraram de graça.
Bolão disse acreditar que este recorde não será batido, já que a administração do estádio deve restringir a entrada gratuita de torcedores em jogos decisivos.
Depois do jogo, os torcedores se reuniram no centro de Belo Horizonte e na praça da Savassi (zona sul), onde houve buzinaço e estouro de fogos de artifício.
A comemoração só foi interrompida pela transmissão do jogo da seleção brasileira, às 19h, quando os cruzeirenses foram para suas casas ou se reuniram em bares para ver Ronaldinho. Depois de ser revelado em Minas Gerais, o atacante continua sendo ídolo da torcida do Cruzeiro.
Os jogadores e a equipe técnica têm folga até a próxima quinta-feira, quando começam os preparativos para o Campeonato Brasileiro.

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