São Paulo, terça-feira, 24 de junho de 1997
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Jon Bon Jovi; Erasure; Maria Bacana; Renato Grinberg; Joanna; Regininha Poltergeist;

PEDRO ALEXANDRE SANCHES

Jon Bon Jovi
O darling das moçoilas volta com "Destination Anywhere" (PolyGram), mais disposto que nunca à pose de galã. E para mantê-la, capricha não só no penteado, mas também na braveza de voz em baladas disfarçadas de rocks como "Queen of New Orleans" e "Staring at Your Window" -Bon deve ficar com bela dor de garganta após cada gravação, de tanta força artificial que sua voz tenta impor. Como tudo que é mera perfumaria, o disco tem um cheiro danado de laquê.
(PAS)

Erasure
Quando você menos esperava, eis a dance music de botequim de volta às redondezas. "Cowboy" (Paradoxx) é o novo disco da dupla inglesa Erasure. Vince Clarke e Andy Bell até tentam modernizar seu som oitentista (ouça "Boy", de veia gay escancarada), mas aquele vocal meloso de Andy e aquele climão cafona ainda tomam conta de tudo. E nesses quesitos é necessário lembrar, os Pet Shop Boys sempre foram muito mais competentes. É o azar do Erasure.
(PAS)

Maria Bacana
O trio baiano Maria Bacana lança disco homônimo pela Rockit!, optando pela contracorrente das normas vigentes no pop nacional. Isso significa que -ar!!!- não há sombra do pop-gracinha de Mamonas Assassinas e seguidores. Trata-se, neste caso, de punk rock -que, diga-se, é mais velho ainda que a onda sorvete na testa- competente, mas conservadorzão até a raiz -"Menino Ladeira Abaixo" e "Caroline" chega a parecer a fase progressiva dos Mutantes.
(PAS)

Renato Grinberg
"Caetano sem Palavras" (Camerati), do arranjador e violonista Renato Grinberg, é um CD de músicas de Caetano que o Caetano pós-tropicalista jamais faria. Os arranjos são interioranos, evocando um Caetano algo tropeiro, que só existiu antes de 67, na fase de "Onde Eu Nasci Passa um Rio" e "Avarandado". Grinberg faz isso com temas "new wave" como "Shy Moon", "Você É Linda" e "Trem das Cores". Para além disso, é um disco que Caetano não faria: sem palavras.
(PAS)

Joanna
Esforço não faltou a Joanna em "Em Samba-Canção" (BMG), coleção do que ela julga serem os clássicos do gênero que apelida o CD. Acontece que ela se utiliza do manjado artifício do pot-pourri, com seleções estilo rádio AM para sucessos de Adelino Moreira, Noel, Ary Barroso, Tom e Vinicius (até "Meu Bem, Meu Mal", de Caetano, ela chama de samba-canção). E não adianta: a voz brega/xumbrega e os arranjos de zona da luz vermelha continuam os mesmos.
(PAS)

Regininha Poltergeist
Para a antologia de aliens: a loura Regininha Poltergeist, ex-backing vocal do profeta existencialista da "louridão" Fausto Fawcett, aventura-se como cantora com "Perigosa" (Spotlight). A faixa-título é o velho hino das Frenéticas, que Polter transvira em dance music de salão, como faz com Kid Abelha, Rita Lee, Gretchen... É tudo pretexto para o encarte e a faixa em CD-ROM, que exibem a Geist peladona. Cantar, ela não canta nada de nada -mas ela é loura, ela pode.
(PAS)

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