São Paulo, quinta-feira, 3 de julho de 1997 |
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Quanto vale o campeonato? Ainda não será desta vez: quem imaginava que o futebol brasileiro teria um campeonato moderno e racional, organizado segundo critérios esportivos, perdeu o jogo. O Brasileiro começa neste sábado com um regulamento alterado às pressas para atender a interesses particulares. Em vez de 24 clubes, como previsto, terá 26: Fluminense e Bragantino, rebaixados à segunda divisão, voltaram pela porta dos fundos. A manobra foi consequência da crise que envolveu o presidente da Comissão Nacional de Arbitragem de Futebol, Ivens Mendes, em um suposto esquema de manipulação de resultados. A CBF afastou Ivens, pôs sob suspeição o torneio e anulou a queda de Bragantino e Fluminense. O problema é que as apurações estão quase paralisadas. Não está comprovado o esquema de suborno nem foram identificados árbitros envolvidos. Por isso, a decisão da CBF tem gosto de virada de mesa. Mesmo que ela tenha agido corretamente, o Brasileiro-97 já está cercado de desconfianças, uma vez que juízes supostamente corruptos continuariam na ativa. Esses arranhões na credibilidade da competição não são novidade. Em suas 27 edições, o torneio obedeceu a 26 regulamentos - pontos corridos, turno e returno, com quadrangulares decisivos, mata-mata, entre outros. O número de equipes na primeira divisão variou 17 vezes, de 20 (1971 e 90 a 92) a absurdos 94 (1979). Os sete dias da semana já abrigaram partidas, da manhã do domingo á noite do sábado -quase sempre ao sabor das conveniências das emissoras de TV. Assim, a média de público do torneio que representa o futebol campeão do mundo é de cerca de 11 mil pagantes. O Italiano, vice, tem 30 mil. Próximo Texto: Disciplina é item de desempate Índice |
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