São Paulo, domingo, 6 de julho de 1997 |
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Bancos de fora trazem US$ 2 bi no Real
VIVALDO DE SOUSA
A estimativa preliminar é do diretor técnico da Sobeet (Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais), Octávio de Barros. A previsão foi feita com base em dados do Banco Central. O cálculo oficial, que é feito pelo BC, ainda não está pronto. O maior volume de recursos ingressou este ano para compra do Bamerindus pelo inglês Hongkong and Shanghai Banking Corporation: US$ 1 bilhão. Os US$ 2 bilhões representam praticamente 10% do total acumulado de recursos diretos que os estrangeiros investiram no Brasil no mesmo período: US$ 19,980 bilhões, segundo a Sobeet. "Mais do que positivo, esse ingresso foi necessário", disse Barros. Segundo ele, o capital estrangeiro foi e continua sendo importante para o processo de reestruturação do sistema financeiro. Santander Antes do HSBC, o governo brasileiro autorizou o Banco Santander, da Espanha, a aumentar sua participação no mercado brasileiro por meio da compra de ações ordinárias (com direito a voto) do Banco Geral do Comércio. Agora, o banco espanhol já informou ao governo brasileiro que tem interesse em comprar o Noroeste. O Santander já atuava no Brasil com uma filial em São Paulo e pretende abrir 200 agências em cinco anos. Outros bancos estrangeiros que já atuavam no Brasil e também aumentaram sua participação societária foram os franceses Société Genérale, no Sogeral, e o Sudameris, no banco brasileiro com mesmo nome. O CMN (Conselho Monetário Nacional) recomendou ao presidente Fernando Henrique Cardoso que permita a instalação no país do Korea Exchange Bank, o maior banco comercial da Coréia do Sul. Barros disse que o ingresso de capital estrangeiro para compra de bancos e aumento de participação acionária deve continuar, principalmente com a venda para o setor privado de bancos estaduais. Continuidade "Esse é um processo que ainda está começando e esperamos um volume bem maior de recursos", afirmou Mansueto Facundo, coordenador de Política Monetária da Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda. Facundo disse que um dos motivos para o interesse dos bancos estrangeiros na economia brasileira é seu forte potencial de crescimento, principalmente na concessão de empréstimos ao setor privado. Nos países onde esses bancos atuam, disse ele, a receita que vem aumentando é aquela obtida com a concessão de serviços que não rendem juros. No Brasil, o mercado de crédito bancário ainda tem potencial de crescimento. Em termos tecnológicos, o Brasil é apontado, junto com o México, como o país de tecnologia bancária mais avançada da América Latina, conforme pesquisa feita no começo deste ano pela empresa de consultoria Salomon Brothers. Texto Anterior: Poupança e FIFs também crescem Próximo Texto: Governo empaca em 'prioridades' Índice |
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