São Paulo, domingo, 6 de julho de 1997
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Casas Malucas

OSCAR RÖCKER NETTO

OSCAR RÖCKER NETTO; CLEIDE FLORESTA
DA REPORTAGEM LOCAL

CLEIDE FLORESTA
Morar numa bola, em cima de árvores, acordar com o "rei" Elvis Presley ao lado, repartir uma cama inglesa Luís 15 com um bassê de estimação, viver numa reprodução de Tara, a famosa fazenda do filme "...E o Vento Levou".
Na linha "minha casa é meu reino", algumas pessoas transformam seus imóveis em símbolos radicais de individualidade e de seus gostos pessoais. São o contraponto de um mercado imobiliário cada vez mais massificado. São exceções, embora muitas vezes não se considerem como tais.
O arquiteto Gabriel Matravõlgyi, 35, por exemplo, avalia que a decoração ou a arquitetura de uma casa vale mais pelo seu sentido do que efetivamente pelo seu visual. "As coisas devem mesmo ser personalizadas", diz.
Mas nem todo mundo pensa assim. Afinal, o imóvel é um bem que poderá ser vendido em um momento de dificuldade financeira. E os "personalizados" são mais difíceis de vender.
Freud explica
Para Carolina Bori, professora de psicologia da USP (Universidade de São Paulo), os moradores de casas diferentes são pessoas criativas, "que não gostam do anonimato". "Tudo o que temos de bom é resultado da criatividade."
Raquel Kerbauy, professora do departamento de psicologia experimental da USP, diz que "são pessoas que tentam fugir da massificação e se afirmar no meio da mesmice".

LEIA MAIS sobre casas diferentes às págs. 6-9 e 6-10

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