São Paulo, domingo, 6 de julho de 1997 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
ECONOMIA E AMBIENTE Líderes mundiais acabam de fazer, em Nova York, uma reavaliação da cúpula do Rio sobre meio ambiente, a Eco-92. Mas, lamentavelmente, foram incapazes de sugerir avanços, em especial na área climática. É verdade que a comunidade científica ainda diverge na avaliação do chamado "efeito estufa", consequência, principalmente, do excesso de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera. Produzidos pela queima de carvão e derivados do petróleo, tais gases retêm o calor, funcionando como os vidros de uma estufa de plantas: não deixam a atmosfera esfriar. Alguns números mais recentes demonstram que a temperatura do planeta sofreu um aumento de 0,4% neste século, uma cifra que, de fato, parece pouco impressionante. Entretanto, o comunicado final da recente reunião do G-7, o grupo dos sete países mais ricos do mundo, lembra que uma "irresistível evidência científica liga o aumento de gases de estufa na atmosfera a mudanças no sistema climático global". Consequência, segundo o mesmo comunicado: "Se as tendências atuais continuarem no próximo século, provavelmente haverá inaceitáveis impactos sobre a saúde humana e o ambiente global". Sendo assim, é incompreensível a posição da maior potência mundial, os EUA, país que mais emite o CO2, de recusar metas de redução nas emissões. A União Européia propõe que, até o ano 2010, os países industrializados emitam 15% menos gases desse gênero do que o faziam em relação a 1990. Os EUA alegam que haveria altos custos na aplicação desses critérios. Do ponto de vista econômico, não deixam de ter razão: seria necessária uma enorme reciclagem das indústrias que usam combustíveis fósseis. Mas essa parece uma visão de muito curto prazo: se os impactos sobre o ambiente e a saúde humana se tornarem mesmo "inaceitáveis", o custo para corrigi-los será certamente ainda maior num futuro bem próximo. Texto Anterior: ATAQUE AO MERCOSUL Próximo Texto: Maluf x Covas Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |