São Paulo, quarta-feira, 9 de julho de 1997 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Esta é a hora de Djalminha ir embora
ALBERTO HELENA JR.
A idéia foi divulgada pela surpreendente Dinamáquina, lembram-se?, e estigmatizada por Lazaroni, o trapalhão, na seleção brasileira de 90. No plano doméstico, só o técnico Vadão, do Mogi de Rivaldo e Válber, que se aferrou ao esquema por um período. Telê, no São Paulo, andou recorrendo a esse expediente -primeiro com Antônio Carlos como líbero; depois, com Válber. E Muricy, em seguida, tentou, sem muito êxito. E, no domingo, de repente, o Corinthians de Nelsinho e o Santos de Luxemburgo, ao mesmo tempo, apresentaram-se com três zagueiros, em suas duas formas possíveis: com e sem o líbero. Aqui, diante do Inter, Nelsinho apostou em Antônio Carlos como líbero e caiu do cavalo. Não porque especificamente esse beque não saiba cumprir tais funções. Ao contrário, foi talhado para isso. Mas a aplicação do esquema exige não só exaustivos treinos como particularidades que se estendem além da linha de zaga. A começar pela formação dos quatro ou cinco jogadores de meio-campo, à escolha do freguês. Nesse sistema, é essencial que os volantes sejam, ao mesmo tempo, dinâmicos e habilidosos na troca de passes. E foi aqui que o Corinthians se esboroou. Com Gilmar e Romeu, dois autênticos cabeças-de-área, o time foi seccionado em dois compartimentos distintos e distantes -defesa e ataque. Resultado: desastre. Já lá no Rio, diante do Flamengo, Luxemburgo optou pelo mesmo sistema, mas sem o líbero. A bem da verdade, escalou Ronaldão como um lateral-esquerdo à antiga, cuja área de ação não ia além do meio-campo. Por outro lado, utilizou-se de dois volantes habilíssimos no trato com a bola e no jogo de passes -Elder e Vágner. Resultado: deu um baile no adversário e meteu 2 a 0 só no primeiro tempo. * Tudo indica que Djalminha esteja mesmo de malas prontas, já que, a diferença entre a oferta do La Coruña e a pedida do Palmeiras se dissolve com o proverbial "rachuncha". Afinal, no meio está a virtude. E Djalminha vai na hora certa: depois de brilhar no Palmeiras de Luxemburgo, a tendênci, no Palmeiras de Felipão, seria criar mais conflitos do que as belas jogadas que lhe deram fama. Mera questão de enfoque e temperamento. Luxemburgo cultiva um futebol mais refinado, embora eficiente, do que Felipão, que privilegia combatividade e disciplina tática. Além do mais, pelo andar da carruagem, Djalminha vai perdendo seu lugar na seleção de Zagallo, o que seria outro ponto de desequilíbrio emocional para o já instável craque. A hora, pois, é esta. Texto Anterior: Botafogo obtém seu 17º título no Rio Próximo Texto: No topo do mundo Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |