São Paulo, sábado, 12 de julho de 1997
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Tucano contra a CPI e o abóbora do Taffarel

MATINAS SUZUKI JR.
DO CONSELHO EDITORIAL

Meus amigos, meus inimigos, não é curioso que justamente um deputado do partido de FHC, que tem o ministro Pelé com um projeto de modernização no esporte, articule contra a CPI do futebol?
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Raul Plassmann reclamou do "cinza Taffarel" na seleção, e o goleiro do Atlético apareceu com um flamejante uniforme abóbora selvagem.
Raul acertou mais uma. O goleiro vestido com cores fortes cresce debaixo dos três paus.
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Rubens Gerchman tem uma das obras que mais gosto dos anos 60: "Lindonéia", a musa do subúrbio que virou música de Caetano e ganhou a vozinha saudosa da Nara Leão.
Gerchman, ao lado do querido Armando Nogueira, transformou o futebol em arte.
Vá conferir, a partir de segunda, na praça do banco Real, no espigão da Paulista.
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O Íbis, o ex-pior time do mundo, não vai para a primeira divisão pernambucana, mas, pela primeira vez, tem saldo de vitórias e gols positivos.
Mas o triste, como relata Marco Aurélio Klein, é que a segunda divisão pernambucana teve público médio de 352 pagantes por jogo, com renda média de R$ 770,98.
O Ferroviário, do Recife, teve a arrecadação média de R$ 293,17 brutos. Segundo Klein, ainda tem evasão de renda.
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Aproveito o assunto Íbis e peço ao Marco Aurélio Klein, um homem cheio de boas idéias para o futebol, para escalar a sua seleção dos mais elegantes.
Sua seleção brasileira vai de Castilho no gol; Djalma Santos (dava aquela levantadinha na bola com dois toques sutis com a ponta das chuteiras), Bellini (eternizou a forma de erguer a taça), Carlos Alberto Torres (na função de zagueiro de área) e Júnior; Zito, Falcão (deveria ser adotada a expressão "jeito Falcão de jogar") e Ademir da Guia ("lembre-se que ele foi criticado pela sua lentidão (?) nas largas passadas"); Julinho ("calou um Maracanã justa e fielmente apaixonado pelo mito Mané Garrincha e é estátua em Florença, cidade das artes... precisa mais?), Romário ("há algo mais elegante do que o gol marcado contra a Holanda, na Copa de 94, no complemento de uma passada, com toque mortal desferido em pleno ar, como um Nijinsky do futebol?") e Pelé ("existe algo mais elegante do que 1.280 gols em 1.382 jogos?").
A seleção estrangeira vai de Peter Shilton (notável goleiro do Nottingham Forest, terra do Robin Hood, que defendeu a seleção de sua majestade em nada menos que 125 partidas); Perfumo (argentino, do Racing), Scirea (Juve), Bobby Charlton (Manchester United) e Maldini (pai e filho, do Milan); Tigana (forte, longilíneo, da seleção francesa e do Bordeaux), Beckenbauer (Bayern), Rijkaard (Ajax, Milan) e Johann Cruyff (Ajax e Barcelona); Ruud Gullit (Ajax, Milan, hoje "manager" e jogador do Chelsea, tem sua administração chamada de "Gullit Revolution") e seu fiel companheiro Marco Van Basten (Ajax e Milan, "o mais extraordinário centroavante que vi jogar"). No aquecimento, o argentino Mário Kempes. Taí duas seleções de tirar o chapéu, ôôôps, a cartola.

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