São Paulo, sábado, 12 de julho de 1997
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Acaba análise de ossos atribuídos a Che

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A análise dos prováveis restos mortais do guerrilheiro Ernesto Che Guevara foram concluídas ontem -o resultado das pesquisas devem ser divulgada logo que se concluam os trabalhos com os demais esqueletos.
Os possíveis ossos do guerrilheiro foram desenterrados de uma cova rasa localizada em Vallegrande, região central da Bolívia, junto com outros seis esqueletos.
Segundo o argentino Alejandro Inchaurregui, um dos membros da equipe que trabalha no caso, a identificação do esqueleto E-2 (que se atribui a Che) será confirmada pela análise dos outros restos mortais.
Guevara e seis guerrilheiros sob seu comando foram mortos em outubro de 1967 por militares bolivianos e enterrados juntos na área de Vallegrande.
Che havia escolhido a empobrecida região central do país para espalhar a revolução comunista pela América.
O médico-legista cubano Jorge González, chefe da equipe de cientistas que trabalha em Santa Cruz de la Sierra (centro da Bolívia), havia declarado estar convencido de que as escavações em busca do guerrilheiro foram bem-sucedidas.
As características faciais e a arcada dentária do esqueleto chamado E-2 conferem com as de Guevara. O esqueleto não apresentava as mãos -os militares bolivianos retiraram as mãos do cadáver de Che como prova da derrota do guerrilheiro.
Volta a Cuba
Segundo a agência de notícias "France Presse", que mencionou fontes não-oficiais, os restos mortais dos guerrilheiros serão levados ainda hoje para Cuba. O governo boliviano havia concordado com o transporte dos ossos se fosse confirmada a identidade.
Na década de 50, Guevara e os irmãos Raúl e Fidel Castro comandaram a revolução comunista na ilha. Após ocupar cargos importantes no governo cubano, o argentino partiu para a África e, em seguida, voltou à América Latina, sempre buscando criar focos de guerrilha.
Apesar de o governo boliviano haver concordado com abrir mão dos ossos de Che, a população de Vallegrande conta com mantê-los na região.
Uma petição de autoridades da região deve ser entregue ao presidente de Cuba, Fidel Castro, pedindo que os restos de Guevara permaneçam em Vallegrande.

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