São Paulo, domingo, 13 de julho de 1997
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Salário de servidores é o trunfo de Brasília

FERNANDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

É o alto salário médio dos servidores públicos que dá a Brasília a melhor classificação na pesquisa do Datafolha. Aqui, 30% da população foi classificada como elite, quando a média nacional é de 8%.
Segundo a Codeplan, estatal que pesquisa e analisa dados socioeconômicos da capital federal, o salário médio dos funcionários públicos em Brasília era de R$ 1.524 em março -última informação disponível. Os da iniciativa privada só recebiam R$ 557 mensais.
Isso gera um nível de vida quase impensável para um país do Terceiro Mundo. Em Brasília, 85,88% das famílias da região central da cidade moram em residências com seis ou mais cômodos.
Essa região central é composta pelas áreas conhecidas como Plano Piloto, Lago Norte e Lago Sul.
Vivem nesse setor 259.410 pessoas. A população total de Brasília (todo o Distrito Federal, com a região central e mais as cidades satélites) é hoje de 1.863.540, segundo estimativa da Codeplan.
Na região central trabalham 129,7 mil pessoas. Dessas, 61.548 (47,45%) são servidores públicos.
Os dados sobre como vivem as famílias da região central de Brasília corroboram totalmente as conclusões do Datafolha.
Na região central da capital federal, 96,63% das residências têm geladeira. E mais: 94,91% têm, pelo menos, uma TV em cores; 82,17% têm, pelo menos, um automóvel; 75,02% das casas e apartamentos têm quarto para empregada.
A renda familiar média fica acima de 25 salários mínimos para 43,19% das famílias da região nobre de Brasília. Nessa região nobre, uma família tem em média 3,8 pessoas. Os 25 salários mínimos representam uma renda mensal mínima de R$ 3.000 por família.
A excelente condição de vida da região central de Brasília não se reproduz nas cidades-satélites.
No bairro mais pobre, o Paranoá, a renda média familiar é de 3,7 salários mínimos. A distribuição de renda é perversa. Enquanto 10% das famílias mais pobres ficam com menos de 1% da renda total, as 10% mais ricas abocanham 42% da riqueza produzida na capital do Brasil.

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