São Paulo, domingo, 13 de julho de 1997
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Impacto da poupança divide o mercado

DA REPORTAGEM LOCAL

A nova poupança imobiliária da Caixa Econômica Federal (CEF) provocou opiniões divergentes de algumas lideranças do setor imobiliário, a ponto de receber definições tão antagônicas quanto "revolucionária" e "inócua".
"É mais uma medida inócua que não vai dar certo", diz Walter Lafemina, 50, vice-presidente do Secovi-SP (sindicato que reúne imobiliárias e construtoras).
Ele se refere aos obstáculos enfrentados pelos beneficiários do programa Carta de Crédito da CEF, entre eles a dificuldade de encontrar um imóvel que se adequasse ao valor financiado.
"Pegar uma carta pífia gera desgaste a quem recebeu, que vai ter que de correr atrás de um imóvel. Não adianta nada dar dinheiro, se não há o que comprar. A CEF tem que voltar a financiar a produção."
O programa Carta de Crédito visa estimular a oferta de imóveis pelo lado da procura. A idéia é que, se há mais compradores no mercado, a indústria vai produzir mais para suprir essa demanda.
Revolução
No outro extremo, Roberto Capuano, 50, presidente do Creci (Conselho de Corretores de Imóveis de São Paulo), considera a nova poupança uma "revolução".
Segundo ele, a PCI vai criar um fluxo contínuo de consumidores, estimular o pequeno construtor e gerar queda nos preços e melhora na qualidade dos imóveis.
"É uma medida importante. Com a poupança, os consumidores vão ser identificáveis. Saberemos, por exemplo, que em julho de 98 existirão 'tantos' mil compradores. A produção terá de ser direcionada para esse público."
Segundo ele, a produção deve se deslocar para a faixa de menor renda. "Os imóveis novos vão competir com os usados, e os preços vão ter que cair."

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