São Paulo, quarta-feira, 16 de julho de 1997 |
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Sobrevivente da TAM é atropelado e está em UTI
LUCIANA BENATTI
Ele sofreu um trauma cranioencefálico e traumatismo de tórax, com fratura de uma costela e contusão do pulmão, e está sendo mantido sedado. O atropelamento aconteceu às 10h30 do último sábado, no corredor de ônibus da avenida Santo Amaro, sentido centro-bairro, próximo à parada Fiandeiras, no Brooklin (zona sudoeste). Segundo Albino Gonçalves das Graças, 45, motorista do ônibus, que trabalha na Viação Santo Amaro, Castro saiu ziguezagueando na diagonal, tentando atravessar a pista em direção ao ponto. Gonçalves diz que o local em que o professor tentava atravessar fica entre um e dois metros após a faixa de pedestres. Ele também diz que o sinal estava aberto para os ônibus. O motorista afirma ter visto um passageiro fazendo sinal no ponto que, segundo ele, fica entre 30 e 50 metros após a faixa de pedestres, e reduzido a velocidade. No momento do acidente, afirma que estava trafegando a 40 km por hora. Gonçalves afirma ter feito uma manobra brusca tentando desviar do professor. "Ele bateu com as duas mãos na lateral do ônibus e caiu de costas", relata o motorista. "Se eu não tivesse feito a manobra no carro, teria pego (Castro) frontalmente", afirma. Gonçalves, que trabalha como motorista há dez anos e afirma nunca ter se envolvido em acidentes com vítimas, disse que só ficou sabendo que Castro era um dos sobreviventes do vôo 283 no início da tarde de ontem, quando viu a notícia na televisão. Na manhã de anteontem, o motorista prestou depoimento na Polícia Federal, que investiga o acidente da TAM, sem entender por que havia sido intimado. A PF investiga as possibilidades de atentado e suicídio. Segundo o motorista, ele foi questionado sobre a hipótese de suicídio e também lhe perguntaram se conhecia a vítima. "Não dá para afirmar se foi suicídio", diz, acrescentando que não conhecia o professor. O professor Castro é um dos passageiros do vôo 283 da TAM que estavam mais próximos do empresário Fernando Caldeira de Moura, que morreu no acidente. Na última quinta-feira, Castro prestou depoimento na PF por quase cinco horas. O conteúdo não foi divulgado. Família Um irmão e uma irmã de Castro, Pedro e Stela, estiveram ontem à tarde no hospital. Eles não quiseram dar declarações à imprensa e divulgaram uma nota em que afirmam não ter informações sobre a causa do atropelamento. Castro, que teve problemas no tímpano em consequência da explosão no avião, mora em São Paulo e tinha viajado para São José dos Campos a procura de emprego. Texto Anterior: Para PF, pasta é de empresário Próximo Texto: Mulher misteriosa levou óculos e agenda Índice |
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