São Paulo, quarta-feira, 16 de julho de 1997
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Paulistas consideram proposta 'absurda'

ANDRÉ LOZANO
DA REPORTAGEM LOCAL

Representantes de associações de policiais militares, reunidos ontem em São Paulo, classificaram os reajustes diferenciados anunciados anteontem pelo governador Mário Covas "absurdos", mas não acenaram com certeza de greve contra o que consideraram "uma pequena elevação salarial".
O governador concedeu reajustes escalonados entre 8,5% e 34% para policiais militares e entre 5,1% e 34% para policiais civis.
Os PMs reivindicavam 77,24% de reajuste para os soldados e 25% de aumento, de subtenentes a coronéis. Os policiais civis reivindicavam 88,68% de reajuste. Oficiais da PM e delegados de polícia não tiveram reajuste.
Retomada
"Os índices de reajuste propostos, mesmo os mais altos, são um absurdo. Teremos de tentar retomar a negociação salarial com o governador Covas", disse o presidente da Associação dos Policiais Militares de São Paulo, Dirceu Cardoso Gonçalves.
"A greve está descartada. No entanto, com esse reajuste, vamos continuar tendo policiais morando em favelas", completou Gonçalves.
"Continua o sentimento de revolta, mas, como somos ordeiros, não partiremos para manifestações. Quem sai perdendo com esse reajuste irrisório é a população, que terá os serviços de segurança pública prestados por policiais mal pagos e mal equipados, que continuarão tendo de fazer 'bicos' para sustentarem a família" afirmou o presidente da Associação de Cabos e Soldados da PM, Wilson de Oliveira Moraes.
Contestação
Já o presidente da Associação dos Subtenentes e Sargentos da PM, Laércio da Silva Guellis, concorda estar "praticamente descartada a convocação de uma greve pelas entidades representativas dos PMs", mas não refuta a possibilidade de um movimento de contestação contra os reajustes anunciados surgir "dentro dos quartéis".
"Faremos incursões nos quartéis para saber como está o clima em relação aos novos salários. Queremos saber do ânimos dos policiais, principalmente dos subtenentes", disse Guellis.
Repúdio
No final da tarde, a PM divulgou uma nota de repúdio aos índices de reajuste anunciados pelo governo. O documento foi assinado por 13 entidades representativas da corporação.
Os policiais civis de São Paulo se reuniriam a partir das 19h de ontem para decidir se entram em greve ou não, devido aos reajustes propostos por Covas.

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