São Paulo, quarta-feira, 16 de julho de 1997
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Vendas de eletroeletrônicos caem 10%

JULIANA GARÇON
DA REPORTAGEM LOCAL

As vendas dos eletroeletrônicos tiveram, em junho, queda média de 10,28% em relação a maio e de 12,18% quando comparados ao mês do ano passado.
Os dados são da Eletros (Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos). Em relatório divulgado ontem, a entidade informa que, no primeiro semestre de 97, o crescimento geral foi de 2,82%, muito abaixo do previsto. Em 96 e 95, o crescimento do primeiro semestre ficou, respectivamente, em 30,80% e 40,11%.
Para ele, o esgotamento da capacidade de endividamento e a estabilização da renda -que ele acredita ter crescido com o Real- são os responsáveis pela retração no consumo de eletroeletrônicos. Além disso, diz, alguns produtos já alcançaram a taxa de saturação. Ou seja, a demanda contida antes do Real já estaria saciada.
Macedo diz que a retração nas vendas de eletroeletrônicos pode ser um "sinal de alerta" para uma eventual recessão, se confirmada por outros setores.
Marcha à ré
O setor de eletroeletrônicos está em marcha à ré, segundo a Eletros. Para Macedo, se o declínio não se acentuar no segundo semestre, a situação do setor já será satisfatória. De acordo com ele, a indústria de eletroeletrônicos terá de se conformar com queda no faturamento da ordem de 10%, devida à redução nos preços dos produtos.
Apesar do crescimento de vendas ainda verificado no semestre, os preços vêm caindo continuamente, segundo a Eletros. O relatório da entidade aponta redução de 12% ou 13% neste semestre em relação a igual período de 96. Acumuladas desde o início do Real, as reduções chegaram a 43,97% -no caso dos itens de imagem e som.
Para Macedo, a "guerra de preços" dos eletroeletrônicos deve acabar logo. Ele disse que alguns fabricantes de televisores de 20 polegadas não estão tendo lucro com o produto.
A perspectiva de melhora fica para o segundo semestre, quando tradicionalmente as vendas de eletroeletrônicos são mais fortes. Para 98, a expectativa é mais otimista. "As vendas de televisões costumam reagir em ano de Copa. E em ano de eleições, a economia costuma crescer mais porque o governo quer mostrar serviço."
Repasse inevitável
"O repasse é inevitável", disse Roberto Macedo, a respeito do aumento do aço. Fogões serão os itens mais afetados, visto que o aço representa cerca de 20% do custo. Geladeiras também sofrerão aumentos devidos ao reajuste.

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