São Paulo, quarta-feira, 16 de julho de 1997
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Empresários aprovam ação na Indonésia

LUIZ ANTONIO CINTRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A situação na Indonésia, um dos países asiáticos que estão servindo de argumento para o pessimismo que tomou as Bolsas brasileiras, não é assim tão ruim e o governo soube controlar o movimento especulativo que atingiu a moeda do país, a rupia, na semana passada.
Ao menos é essa a avaliação de empresários e banqueiros indonésios que estão no país para estreitar o relacionamento comercial com o Brasil.
É certo que a avaliação não é das mais isentas, já que entre a comitiva de 45 empresários estão alguns dirigentes do banco central do país. Mas a análise do banco norte-americano Citibank vai na mesma direção.
Para os empresários da Indonésia, o governo agiu corretamente ao decidir aumentar a faixa de flutuação da rupia em relação ao dólar para 12% -antes esse intervalo estava em 8%.
Quando decidiu alargar a banda cambial, a intenção do governo era justamente aumentar o risco de um eventual movimento especulativo.
"O alargamento da banda foi uma atitude positiva", diz Suzana Pellaupessy, da empresa indonésia de comércio exterior Tirtamas Comexindo.
A "prova" de que o governo teria acertado está justamente na pequena desvalorização da rupia em relação ao dólar -0,6%- após o aumento do intervalo de flutuação da moeda.
Na avaliação de Andi Buono, diretor-executivo do grupo BCA, que possui empresas comerciais e banco, o que motivou a especulação contra a rupia foi a demora de alguns países, especialmente a Tailândia, em agir no sentido de pôr em ordem suas contas.
Mas também deu força às especulações no câmbio a especulação no mercado imobiliário indonésio, que fez com que os preços dos imóveis disparassem.
Para pôr fim à especulação, nesse caso, o governo decidiu proibir as operações de crédito imobiliário. "Com isso, o governo conseguiu controlar os problemas", afirma Buono.
Citibank
Carlos Kawall, economista-chefe do Citibank no Brasil, considera que na reação à crise asiática há muito de falta de conhecimento sobre a região.
"Na Indonésia a situação não é tão grave, inclusive porque o país goza de credibilidade e muito do déficit em conta externa diz respeito a investimentos."
Na Indonésia, o déficit em conta corrente é de 3,8% do PIB. No Brasil, está em 4,19%.

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