São Paulo, quinta-feira, 17 de julho de 1997
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Delegada indicia 13 policiais por chacina

IRINEU MACHADO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO LUÍS

A delegada Dayse Aparecida Gomes Ferreira indiciou 13 policiais civis do Maranhão por participação na chacina de quatro dos acusados do assassinato do delegado Stênio Mendonça.
Segundo ela, "não há mais dúvidas" de que o crime foi praticado por policiais.
Laudos do Instituto de Criminalística de Brasília, que fez as perícias nas armas de todos os policiais civis de Santa Inês (MA), comprovaram que uma escopeta da polícia foi utilizada na chacina.
Os agentes policiais Ladislau Costa Lopes, Antônio José Bastos e José Ribamar Sá Lopes Gonçalves foram indiciados como autores da chacina, ocorrida no último dia 3, em Santa Inês (MA).
Os quatro integrantes do "bando do Bel" foram mortos a tiros quando viajavam de Santa Luzia para São Luís escoltados por dez policiais civis.
Os três agentes, segundo a delegada, tinham acesso à sala da delegacia regional onde ficava a arma identificada pelo IC e já haviam sido apontados por testemunhas como autores do crime.
Co-autoria
Os dez policiais civis de São Luís que escoltavam os quatro foram indiciados por co-autoria.
Suas armas foram encaminhadas ontem para perícia.
"Vamos tentar chegar aos mandantes", afirmou a delegada, que preside o inquérito.
Os policiais negam participação no crime.
"Há muitas contradições nas declarações deles, mas temos muitos indícios de que há mandantes e de que a chacina tem conexão com a morte do delegado Stênio Mendonça", disse Dayse.
As investigações em conjunto da Polícia Civil e Polícia Federal sobre a chacina apontam para "queima de arquivo".
Os quatro acusados de assassinar o delegado Mendonça em São Luís em maio último poderiam revelar seus mandantes.
O empresário Joaquim Laurixto Felipe Neto, que foi investigado por Mendonça por seu suposto envolvimento no roubo de uma carreta com eletrodomésticos, é suspeito de ser um dos mandantes do crime.
Ele teve prisão preventiva decretada e está foragido.

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