São Paulo, quinta-feira, 17 de julho de 1997
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Entenda como funciona o mercado de ações

GABRIEL J. DE CARVALHO
DA REDAÇÃO

Bolsa de Valores é onde são negociadas ações de empresas de capital aberto, as S/As, aquelas com participação não só do dono ou maior acionista, mas também do público em geral.
Na Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) são negociadas ações de 550 empresas, mas o Índice Bovespa -principal termômetro do mercado acionário no Brasil- reflete as oscilações apenas dos 47 papéis mais negociados.
Os índices das Bolsas são construídos em número de pontos, tanto no Brasil quanto no exterior. Entre as ações do Ibovespa, a principal é a da Telebrás, empresa estatal de telecomunicações, justamente por ser a mais negociada.
Como o Ibovespa é ponderado, ou seja, cada uma das 47 ações tem um "peso", maior ou menor, ele varia quase no mesmo ritmo das ações da Telebrás. O fato de o Ibovespa cair num dia não significa que todas as ações também caíram. Algumas podem ter subido.
Só nos últimos dias, atípicos e muito nervosos, os movimentos de baixa (segunda-feira e principalmente terça) e de alta (quarta) foram generalizados.
Nas oscilações das Bolsas, nem sempre a alta reflete uma situação boa na economia do país e vice-versa. Bolsa é mercado de risco, onde se pode perder ou ganhar muito dinheiro. Há sempre uma boa dose de especulação nos negócios. Um simples boato pode fazer o preço de uma ação ou todo o mercado disparar ou despencar.
Sempre que ocorre uma forte alta investidores profissionais procuram, em seguida, "realizar lucro". Vendem, compram a mesma ação (mais barata) ou mudam de posição, adquirindo outras.
Há vários tipos de ações. As mais conhecidas são a ON (ordinária nominativa, que dá direito a voto nas assembléias de acionistas) e a PN (preferencial nominativa, que tem prioridade no recebimento da parcela dos lucros distribuídos chamada dividendos).
Para participar diretamente da Bolsa, ou seja, formar uma carteira própria de ações, o investidor precisa ter um bom dinheiro, de R$ 100 mil para cima.
Exige a assessoria de uma corretora ou de um banco. A partir daí monta-se, em conjunto, uma carteira própria de ações.
Para quem tem menos dinheiro, a melhor maneira de entrar na Bolsa é pela porta dos fundos.
Os fundos funcionam como uma espécie de condomínio. O dinheiro aplicado em ações ou outros títulos, inclusive os de renda fixa (juros), constitui o patrimônio de todos os participantes.
Para facilitar as operações, o "bolo" dos participantes é dividido em cotas. Uns têm mais e outros têm menos cotas, dependendo de quanto investiram no fundo.
O dinheiro está investido em ações, formando a carteira do fundo, mas o que varia é o valor da cota, publicado diariamente nos principais jornais do país.
O valor da cota é divulgado já com o desconto da taxa de administração da instituição financeira que administra o fundo. Conhecendo quantas cotas possui, o investidor sabe quanto tem de patrimônio multiplicando esse número pelo valor da cota.
Quando o cotista quer dinheiro na mão, resgata parte ou o total das cotas. Os recursos ficam disponíveis uns três dias depois, já com o desconto do IR (sobre o ganho) na fonte.

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