São Paulo, quinta-feira, 17 de julho de 1997
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Argentina adia lançamento de bônus

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A instabilidade do mercado de títulos nos países emergentes levou o governo argentino a suspender ontem a emissão de bônus. O governo previa lançar ainda nesta semana bônus no valor de US$ 750 milhões, com prazo de sete anos.
O subsecretário de financiamento, Miguel Kiguel, disse que a decisão responde a uma queda generalizada dos bônus nos países emergentes, após a desvalorização das moedas da Tailândia e Filipinas.
Segundo ele, a diferença ("spread") entre os bônus da dívida externa argentina e os títulos do Tesouro norte-americano "aumentou entre 10 e 20 pontos percentuais" nos últimos dias.
O subsecretário afirmou que não tem fundamento os temores dos investidores locais de uma desvalorização da moeda brasileira.
"Não vemos problemas no Brasil, no México ou nos demais países da América Latina", afirmou.
Segundo Kiguel, dentro do previsto no programa de refinanciamento da dívida externa, a Argentina "só necessita colocar" US$ 1,5 bilhão nos mercados internacionais até o final do ano, o que significa menos de US$ 300 milhões até o final do ano.
Bolsas de Valores
Após dois dias consecutivos de queda, as Bolsas de Valores de Buenos Aires e do México fecharam ontem em alta.
O índice Merval, na Argentina, subiu 2,28%. No México, a alta foi de 1,98%, totalizando 4.787,43 pontos. O peso mexicano, também em alta, fechou a 7,87 por dólar.
Na Argentina, o índice de ontem refletiu os resultados positivos do mercado de ações do Brasil, explicaram operadores consultados pela Folha. No total, foram negociados US$ 43,6 milhões.
No início das operações, o índice registrou uma pequena queda de 0,16%. Mas as operações com ações da empresa petroleira YPF sustentaram um resultado positivo no final do dia.
Assim como no Brasil, o índice Merval acumulou quedas nos dois primeiros dias desta semana (5,07% acumulados).
As autoridades econômicas argentinas procuraram minimizar os resultados negativos. "Isso não passou de especulação", declarou o secretário de Indústria, Comércio e Mineração, Alieto Guadagni.
No mercado financeiro argentino, espera-se que a equipe econômica brasileira eleve as taxas de juros nos próximos dias, uma vez que está descartada qualquer desvalorização do real frente ao dólar.
Os operadores entendem que taxas de juros mais altas seriam a única maneira de evitar uma fuga de capitais estrangeiros no Brasil.
Colaborou Fernando Godinho, de Buenos Aires

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