São Paulo, domingo, 20 de julho de 1997 |
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Suspeitas contra professor são 'balela', diz advogado
ROGERIO GENTILE
O professor teve os tímpanos perfurados pela explosão no avião no último dia 9 e, três dias depois do acidente, foi atropelado por um ônibus na av. Santo Amaro (zona sudoeste de SP). Ele está na UTI do Hospital São Paulo. Branco, que também é advogado da ex-ministra Zélia Cardoso de Mello, diz que assumiu o caso porque ficou tocado pela situação. "Fiquei indignado com os procedimentos da polícia, que está sendo precipitada, gulosa e ansiosa por um resultado rápido", disse. O advogado alega que a PF infringiu os direitos humanos ao obrigar um homem com os tímpanos perfurados a depor por cinco horas. "Isso é tortura. Eu gostaria de saber depois de quanto tempo surgiu a questão do endereço falso da escola de São José." O advogado levanta a seguinte hipótese: "É possível que ele tenha realmente ido procurar um emprego na escola, mas chegou lá e a escola não funcionava no endereço que ele tinha. Já pensou se ele falasse isso à polícia? Teria de depor por outras cinco horas." "E se ele foi se encontrar com uma mulher e não queria que ninguém soubesse? Acredito na inocência dele até que provem o contrário", disse o advogado. Ele disse que o professor deixou uma carta-testamento para a família, mas afirmou desconhecer seu teor. Sobre o fato de o seu cliente ter suportamente tentado o suicídio, ele diz não ter dados suficientes para comentar o fato. "Não sei dizer o que aconteceu. Mas isso não é motivo para acusá-lo de colocar uma bomba em um avião", disse. Segundo Branco, a família acredita na inocência do professor e está muito preocupada com a preservação da imagem de "seu ente querido". Castro é "escoltado" no Hospital São Paulo, onde está internado, por agentes da PF à paisana. O último boletim médico diz que o professor teve uma pequena melhora, mas ainda respira por aparelhos. A Polícia Federal também investiga apólices de seguro de vida que Castro teria, no valor de R$ 10 mil cada uma. Os policiais não confirmaram o número de apólices nem o beneficiário. Texto Anterior: Atos acontecem no PA, MG e PR Próximo Texto: PC quis comprar deputados, diz advogado Índice |
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