São Paulo, sexta-feira, 25 de julho de 1997
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'Está tudo tranquilo', afirma presidente

WILLIAM FRANÇA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo federal vai acompanhar de perto as manifestações do ato "Abra o Olho, Brasil", mas procurou ontem não transparecer preocupação para não superdimensionar os protestos. "Está tudo tranquilo", disse o presidente Fernando Henrique Cardoso, ontem, no Palácio do Planalto.
O ministro Iris Rezende (Justiça) disse que "os limites legais" é que vão estabelecer a atuação do governo federal.
"O governo não está de férias, está sempre atento. O governo existe para manter a ordem. Não se concebe um governo que se posicione diferentemente à desordem. Ao governo compete fazer com que todos tenham esse direito dentro dos limites legais", afirmou.
"A manifestação no Brasil é totalmente livre, mas tendo de ser feita apenas dentro da ordem -e ela será mantida. O que parece estranho, no entanto, é que essas manifestações não têm um objetivo claramente definido, o que dá a impressão de ser apenas uma forma de agitação", disse o porta-voz da Presidência, Sergio Amaral.
"A opinião pública está ficando cansada de tentativas de agitação e de desordem no país", disse Amaral. Para o presidente, "O dinheiro dos sindicatos envolvidos nessa manifestação seria mais bem aproveitado se fosse gasto em atividades em benefício do trabalhador", afirmou o porta-voz.
Num primeiro momento, o governo tem informações de que a manifestação será realizada "com respeito e sobretudo dentro da ordem", segundo Iris.
O Exército nega que esteja de prontidão nas cidades onde haverá a manifestação (13 capitais).
Confronto
Um policial e uma sem-teto saíram feridos ontem de novo confronto (o segundo em 15 dias) entre a PM do Distrito Federal e moradores de invasão na margem da via Estrutural, que dá acesso às cidades-satélites de Taguatinga e Ceilândia.
Os PMs destruíram 60 barracos, e os invasores reagiram com paus e pedras. O policial levou uma pedrada na perna direita. A invasora teve um ferimento na cabeça. Ambos passam bem.
O assessor de Comunicação Social do governo, Luiz Gonzaga Motta, disse que a operação obedece a uma determinação judicial para a desocupação da área, destinada à implantação de indústrias não poluentes em Brasília.

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