São Paulo, sexta-feira, 25 de julho de 1997
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Luís Eduardo vê 'desencontros'

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Um dia depois de ter ameaçado deixar o cargo de líder do governo, o deputado Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA) fez um discurso no plenário da Câmara sobre a convocação extraordinária e a crise gerada pelas críticas do ministro Sérgio Motta (Comunicações) a aliados.
Em oito minutos de discurso, Luís Eduardo tratou da crise política como "desencontros".
"A minha posição como líder do governo será sempre em defesa da base de sustentação. Todas as vezes que eu considerar que está em risco a união dessa base, vou me colocar em defesa da sua manutenção", disse.
Para Luís Eduardo, a solução dos problemas políticos do país passa pela reforma política. "A reforma é necessária para que os partidos tenham mais identidade."
"O sistema atual, infelizmente, possibilita esses desencontros, conforme pudemos assistir nas últimas horas", completou.
O líder citou a fidelidade partidária e a representação no Congresso como pontos fundamentais da reforma política.
Luís Eduardo falou para cerca de 30 deputados, embora no painel eletrônico estivesse registrada a presença de 362 parlamentares, no penúltimo dia da convocação.
Antes dele, discursaram os deputados Wagner Rossi (SP), pelo PMDB, Marconi Perillo (GO), pelo PSDB, e Inocêncio Oliveira (PE), líder do PFL.
Poucos deputados prestaram atenção nesses discursos, mas quando Luís Eduardo pediu a palavra, o plenário ficou em silêncio.
Luís Eduardo chegou ao plenário por volta de 11h e os deputados fizeram questão de abraçá-lo.
Pouco depois, ele foi ao gabinete da presidência e retornou ao plenário acompanhado do presidente Michel Temer (PMDB-SP).
Novamente, os deputados disputaram a sua atenção: do pepebista Roberto Campos (RJ) ao petista Marcelo Déda (SE).
Para o líder, a convocação extraordinária foi um "êxito". "Esta Casa demonstrou responsabilidade no cumprimento do dever e o acerto da decisão do presidente (Fernando Henrique Cardoso) na convocação do Congresso."
Como exemplo desse êxito, o líder citou a conclusão do primeiro turno de votação da reforma administrativa, depois de três meses, e a aprovação do FEF (Fundo de Estabilização Fiscal).

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