São Paulo, sexta-feira, 25 de julho de 1997
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ACM afirma que 'céu está de brigadeiro'

AUGUSTO GAZIR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente do Congresso, senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), afirmou ontem que a crise na base política do governo já acabou. "O céu está de brigadeiro e o mar de almirante", disse ACM.
A crise surgiu depois de entrevista do ministro das Comunicações, Sérgio Motta, na qual ele criticou aliados do governo.
Para o senador baiano, a entrevista do presidente Fernando Henrique Cardoso, na qual Motta levou um pito público e os partidos que compõem a base foram elogiados, foi um "ato inteligente" que "recompôs em todas as áreas a situação de mal-estar existente".
"Amanhã, os fatos podem voltar a acontecer. Esse é um problema do presidente com Sérgio Motta", disse ACM.
"Acho que o ministro vai dar sua contribuição. Tudo indica que isso (Motta falar sobre política e atacar aliados) não vai se repetir", completou o senador.
Na entrevista, Sérgio Motta criticou ministros do PMDB, afirmou que a aliança com o PFL não era necessária para eleger FHC e que o PSDB comanda o governo.
Por causa da entrevista e do almoço em que deputados tucanos apoiaram Motta, o líder do governo na Câmara, Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA), renunciou ao cargo. O deputado só voltou atrás porque FHC fez um apelo e disse que repreenderia Motta.
Luís Eduardo teve o apoio do pai, ACM. No meio da crise, o senador disse que a volta do filho ao cargo de líder do governo dependia de o presidente "restaurar sua autoridade", abalada -segundo ele- pela entrevista de Motta.
Foi ACM quem anunciou que o presidente Fernando Henrique iria fazer um pronunciamento sobre a crise.
Aliança
Ontem, ACM participou, no Palácio do Planalto, da solenidade de entrega do Prêmio Jovem Cientista deste ano.
Durante a cerimônia, o presidente do Congresso sentou à mesa entre Fernando Henrique Cardoso e Roberto Marinho, dono das Organizações Globo. A Fundação Roberto Marinho é uma das patrocinadoras do prêmio.
Nova fase
O senador afirmou que a aliança entre o PFL e o PSDB não ficou ameaçada com a crise política. "O PSDB está satisfeito (com a solução da crise)", disse.
"(A entrevista de FHC) desarmou todos os espíritos e abriu uma nova fase de construção na Câmara e no Senado, como já vinha acontecendo", afirmou o presidente do Congresso.

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