São Paulo, sexta-feira, 25 de julho de 1997
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Casal de médicos é morto em Santos

FAUSTO SIQUEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

O casal de médicos Nêdo Romiti, 67, e Maria José de Mesquita Romiti, 72, foi assassinado em Santos (litoral de SP). Segundo o IML (Instituto Médico Legal), o casal foi asfixiado.
Os corpos do casal foram encontrados ontem por policiais civis dentro de um baú na sala da casa onde moravam.
A polícia prendeu o faxineiro Marcelo Alves de Lira, 35, empregado dos médicos, e o cozinheiro Luiz Valter Alves de Jesus, 28, que trabalhava em um restaurante em frente à casa. Ambos são acusados de ser os autores dos assassinatos.
Lira confessou ter participado do crime, mas acusou Jesus de ter enforcado o médico com um fio de arame e ter obrigado a mulher dele a consumir veneno (leia texto nesta página).
Jesus não quis dar entrevistas. Em depoimento à polícia, ele teria afirmado que os dois mataram os médicos por asfixia.
O IML informou que serão realizados exames em São Paulo para identificar indícios de um eventual envenenamento. Os corpos vão hoje para São Paulo para serem cremados.
O casal Romiti pertence a uma tradicional família de médicos de Santos. Nêdo Romiti era cirurgião cardiovascular. A mulher dele, Maria José, hematologista.
O casal foi surpreendido por Lira e Jesus, armados com faca e revólveres, ao chegar à sua casa na noite de terça-feira.
Antes de serem mortos, os médicos foram obrigados a assinar cheques, entregar cartões bancários e de crédito, além de jóias, ouro, relógios e máquinas fotográficas.
Segundo o delegado, parte dos objetos roubados foi recuperada. O ouro havia sido vendido a um ourives de São Vicente (litoral).
Depois de mortos, os médicos foram colocados em um baú na sala da casa. Lira voltou a trabalhar normalmente no dia seguinte e Jesus levou o carro e dois revólveres do médico.
A polícia foi informada do desaparecimento dos dois depois que o filho do casal, o médico Marcelo Romiti, 38, soube que o pai tinha faltado a uma cirurgia sem avisar.
No final da tarde, Marcelo esteve na casa dos pais e viu que algumas gavetas estavam remexidas.
Quando os policiais chegaram à casa, uma empregada disse a eles que os objetos que adornavam o baú da sala não estavam dispostos da mesma maneira como Maria José costumava distribuí-los.
Os investigadores Orlando Somaio Júnior e José Reginaldo Correnti Garcia encontraram então os corpos no baú.
Segundo Garcia, a suspeita recaiu sobre Marcelo Alves de Lira porque ele entrou em contradições ao responder às perguntas dos policiais. Seu comparsa foi preso na manhã de ontem no restaurante onde trabalha.

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