São Paulo, sexta-feira, 25 de julho de 1997
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Pratini prevê 'indigestão' nas relações financeiras do país

DA SUCURSAL DO RIO

O presidente da AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil), Marcus Vinicius Pratini de Moraes, previu ontem uma "indigestão" nas contas externas do país caso o déficit comercial previsto para este ano -cerca de US$ 12 bilhões- se repita em 1998.
"Esse déficit (de 97) já está digerido, mas, se as exportações não aumentarem, poderemos ter uma indigestão nas relações financeiras do Brasil com o exterior", disse.
Pratini de Moraes não esclareceu o que isso poderia significar em termos de impacto sobre a economia brasileira.
Segundo ele, as medidas de incentivo às exportações adotadas pelo governo desde o ano passado são lentas e insuficientes. "Os resultados práticos são muito modestos em termos de redução do custo Brasil", afirmou.
Para Pratini, o grande desafio do governo na área do comércio exterior é "alavancar as exportações para fazer o Brasil crescer, retirando a ameaça de reduzir as importações".
Em sua opinião, o peso dos produtos primários nas exportações brasileiras é excessivo.
No primeiro semestre, a exportação dessas mercadorias cresceu 34,7% -chegou a 130% no caso da soja-, mas a de produtos industriais, de maior valor agregado, caiu 0,02%.
Entre os industriais, os manufaturados tiveram alta de 1,2%, e os semimanufaturados, queda de 4%.
O presidente da AEB afirmou que o outro problema da atual política econômica, além das contas externas, é o desequilíbrio fiscal. "É preciso estabelecer uma rigorosa disciplina fiscal nos níveis federal, estadual e municipal."
Fim de restrições
Pratini de Moraes disse que o Mercosul está tentando, junto à UE (União Européia), a eliminação das restrições aos produtos agrícolas e à carne bovina procedentes do Mercosul.

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