São Paulo, sexta-feira, 25 de julho de 1997 |
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Banespa ameaça o acordo com a Encol
MAURO TEIXEIRA
Maior construtora de imóveis residenciais do país, a Encol possui uma dívida de R$ 850 milhões e tem 710 edifícios com obras paradas desde o ano passado, quando a crise financeira da empresa atingiu seu ponto máximo. São 42 mil compradores, espalhados por 65 cidades em todo o país. Os bancos são os principais credores da construtora (R$ 600 milhões). O restante está dividido entre impostos e fornecedores. Em maio passado, o comitê de 38 bancos credores da Encol anunciou proposta para viabilizar a retomada das obras. O Banco do Brasil é o principal credor da construtora (R$ 180 milhões), seguido do Banespa (R$ 80 milhões). Os mutuários suspenderiam o pagamento, que só seria retomado 30 dias após a entrega das chaves. O Banespa foi um dos bancos que, no primeiro momento, se comprometeram a participar da operação, mas recuou diante do valor do aporte financeiro que teria de realizar -R$ 300 milhões. Os recursos necessários para a conclusão dos prédios paralisados somam cerca de R$ 1,4 bilhão. Segundo Paulo Renato dos Santos, 41, diretor de crédito do Banespa, a proposta não foi aceita pelo comitê de crédito do banco, que agora analisa alternativas. "O Banespa vive uma gestão de excepcionalidade, que é a intervenção do Banco Central, e por isso as decisões são mais lentas." "Esses R$ 300 milhões representam quase um terço de nossa carteira de crédito", diz Santos. Ele disse que não há previsão sobre quando a direção do banco vai anunciar a decisão. O provável é que o Banespa ofereça uma quantia equivalente ao que tem a receber da Encol -R$ 80 milhões. Nesse caso, os restantes R$ 220 milhões terão de ser absorvidos pelos outros bancos que participaram do acordo, o que deve exigir novas negociações e atraso na implementação do acordo. Intervenção O presidente da Encol, Jorge Washington Queiroz, não quis comentar a posição do Banespa. Ele disse que o acordo é "complexo e requer tempo", mas que acredita em um acordo em breve. Queiroz assumiu a direção da empresa em janeiro deste ano, indicado pelo Banco do Brasil e pelo grupo de credores. Especializado em operações de salvamento, Queiroz já realizou trabalhos semelhantes no Grupo Iochpe-Maxxion, na Citropectina e na Empresa Brasileira de Engenharia. Texto Anterior: Bolsa sobe 0,79% com poucos negócios Próximo Texto: Banco vai financiar comprador Índice |
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