São Paulo, sexta-feira, 25 de julho de 1997
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Comprador não recebe imóvel e é despejado pela construtora

Apartamento antigo entrou como parte do pagamento à Encol

MAURO TEIXEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A crise da Encol reservou uma situação incomum ao engenheiro Eleutério Caldeira, 41. Ele comprou em novembro de 92 um apartamento no condomínio Espaço São Paulo 2, no Ipiranga, região sudeste de SP.
Caldeira quitou o imóvel, incluindo o apartamento em que morava, na Vila Prudente (zona leste), como parte do pagamento. A previsão de entrega da obra era março de 1995.
Em março do ano passado, quando as obras já estavam atrasadas, o engenheiro recebeu intimação judicial para deixar o seu apartamento.
Sem alternativa, Caldeira, a mulher e os dois filhos foram morar na casa de seu sogro. "Todo meu patrimônio está nas mãos da Encol."
Em outubro de 96, o Banespa entrou com ação contra a Encol reclamando dívidas e hipotecou o condomínio. Dois meses depois, as obras foram paralisadas.
O engenheiro integra a comissão de representantes dos 264 compradores do condomínio. O grupo mantém frequentes contatos com dirigentes da Encol e do Banespa para tentar viabilizar a retomada das obras.
O presidente da associação de moradores do Espaço São Paulo 2, o engenheiro Roberto Ramos Cutait, 37, reclama da demora do Banespa em liberar o financiamento. "A Encol provocou essa situação, mas hoje é o Banespa que está atrasando a solução", diz Cutait.
Segundo ele, um dos prédios só necessita receber esquadrias e pintura externa para ser entregue. "É trabalho para, no máximo, um mês."
(MT)

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