São Paulo, sexta-feira, 25 de julho de 1997 |
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Escola forma "Grupo dos 13"
DANIELA ROCHA
O "Grupo dos 13" -que no futebol corresponde à entidade que reúne os principais clubes do Brasil- do teatro almeja sair na frente, só que no quesito interpretação. "Estamos aqui não apenas para ler o texto do John Ford, mas sim para aprender um processo de estudo mais aprofundado que servirá para a nossa vida toda", afirmou Graziela Krunsch, uma das atrizes. "Vindo aqui temos mais ferramentas de trabalho", disse Kleber Caetano. Mas o pouco estudo dos atores que estão no mercado é criticado: "O trabalho 'de mesa' (leituras de texto) deixou de ser feito não só por causa do tempo apertado para a estréia. Os atores simplesmente deixaram essa etapa, que é trabalhosa, de lado", disse Mário Luis. "Acho que por preguiça", completou Daniela Carmona. Segundo Lígia Cortez, que coordena o Teatro-Escola Célia Helena, as "master classes" fazem parte de um projeto da escola de abrir um espaço para aulas mais aprofundadas para os atores. A primeira experiência está sendo feita com seu pai, Raul Cortez, e o diretor Roberto Lage, em leitura e análise de texto. "Mas pretendemos estender a idéia para dramaturgia, crítica e cinema, por exemplo", disse. "Pena que Ela Seja uma Puta", o texto de John Ford que está em discussão nas aulas, trata de um amor entre os irmãos Giovanni e Anabela, reprimido por uma sociedade hipócrita. O título da peça é uma fala do cardeal, um dos personagens. No texto, John Ford questiona os valores vigentes. "Ele escreveu o texto durante a Inquisição, a igreja dominava, e os personagens ilustram toda a putaria da época. Nada no texto pode ser abstrato. Temos que trazer a peça para a luta social e política, que é mais visceral", afirmou Cortez durante a aula. (DR) Texto Anterior: Ator mostra sua bagagem Próximo Texto: Trilogia de Nieva volta à cena em SP Índice |
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