São Paulo, sexta-feira, 25 de julho de 1997
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Peça explora incongruências do homem contemporâneo

DANIELA ROCHA
DA REPORTAGEM LOCAL

O que acontece quando um homem civilizado, único sobrevivente de um acidente de avião, encontra-se com um arborígene em uma ilha deserta?
Fernando Arrabal propôs esse encontro, do imperador "civilizado" com o arquiteto "selvagem" em "O Arquiteto e o Imperador da Assíria", que estréia hoje, no teatro Macunaíma".
Sua intenção foi explicitar as incongruências do homem de hoje: "O homem moderno oscila entre o macaco nu e Bill Gates", explica o diretor Adriano Cypriano.
Os dois homens são alegorias dos excluídos, dos opostos complementares. No papel do Imperador, está o ator Luiz Baccelli (de "A Hora e a Vez de Augusto Matraga" e "Rasto Atrás"). Como Arquiteto está Paulo Fabiano (de "Tempestade e Ímpeto"). Enquanto o Imperador é aos poucos seduzido ao mundo natural, o Arquiteto busca se inserir no mundo civilizado.
"O texto é autofágico. Os personagens brigam entre si, mas se unem. O Arquiteto come o Imperador e assim se transforma nele", disse o diretor.
A peça "O Arquiteto e o Imperador da Assíria" é considerado expoente do Teatro Pânico, desenvolvido por Arrabal.
"É o tipo de teatro que mexe com o público. O pânico é a sensação que advém quando não há escapatória. É quando as respostas do cérebro deixam de ser racionais. Arrabal busca um novo patamar de entendimento. Busca fazer com que o público tenha uma compreensão emocional do texto", explicou Cypriano.
Esta montagem marca a estréia da Grandiosa Companhia Reduzida de Teatro Ilimitado.
(DR)

Peça: O Arquiteto e o Imperador da Assíria
Autor: Fernando Arrabal
Direção: Adriano Cypriano
Com: Luiz Baccelli e Paulo Fabiano
Onde: teatro Macunaíma (r. Adolfo Gordo, 238, Campos Elíseos, tels. 011/67-0807 e 67-0187)
Quando: estréia hoje, às 21h; sex e sáb, às 21h; dom, às 20h; até 21 de setembro Quanto: R$ 10

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