São Paulo, sexta-feira, 25 de julho de 1997 |
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Aoyama tem cara moderna e comida convencional
JOSIMAR MELO
Mas inicialmente, coisa de dez anos atrás, ainda mantinham o mesmo visual, insípido mas bem característico: mesas de fórmica, balcão idem para os sushis. Nos mais requintados, um grande aquário, e nos mais autênticos, uma televisão. Agora, nem isso. O restaurante Aoyama, aberto três meses atrás, é exemplo típico da consolidação dessa mudança. Caída na boca do povo, a cozinha japonesa espalhou-se também geograficamente pela cidade. Deixou de ser um exotismo do gueto oriental para ser, primeiro, uma moda da classe média alta, e em seguida um gosto generalizado. Depois enveredou por versões mais modernas ou alternativas. Não necessariamente na comida, mas com certeza na aparência. O ex-Sushi Mar (agora Manga Sushi), por exemplo, tem ares rústicos de Vila Madalena; o Shiki ou o Nyuyoko retratam um Japão mais clean; o Roppongi apela para uma Tóquio high-tech. O Aoyama foi inspirado, explica a proprietária Marcia Chayamiti, no bairro homônimo de Tóquio, concentração efervescente de lojas chiques, galerias de arte, restaurantes. A decoração é leve, moderna, clara. Mas, como na maioria dos outros novos japoneses, a comida não revela nenhuma novidade que o ambiente possa sugerir. Os sócios de Marcia, Ricardo Watanabe e Eduardo Nagai, trabalham com fornecedores da Ceagesp e garantem o fornecimento de peixe sempre constante e em boas condições. O que não é pouco, quando se trata de um japonês. Os sushis e sashimis de praxe, preparados sem sobressaltos com salmão, atum, olho-de-boi, tainha, peixe-serra; e dos grelhados preparados sobre uma grelha japonesa de vidro temperado, que incandesce sob a ação de gás -dali vêm os espetinhos (robata) e a anchova inteira, moldada num formato sinuoso, temperada apenas com sal. As massas, as frituras, os teppan (fritos na chapa) não faltam ao Aoyama -com em nenhum dos japoneses da cidade. (JM) Texto Anterior: Por menos de R$ 20: Próximo Texto: Francês Alain Ducasse serve no Leopolldo Índice |
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