São Paulo, domingo, 27 de julho de 1997
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PMs classe média e vereador lideram

Policial tem carro e casa; cabo ganha R$ 10,3 mil

ADELSON BARBOSA; FÁBIA PRATES; WAGNER OLIVEIRA; RUBENS VALENTE
DA AGÊNCIA FOLHA

O líder do movimento da PM (Polícia Militar) de Minas, cabo Júlio César Gomes, 27, tem situação financeira diferente da maioria dos colegas que representou durante manifestação por melhores salários.
Sua renda familiar é de aproximadamente R$ 2.000, incluindo o salário da esposa, que ganha cerca de R$ 1.000, e os rendimentos dele como policial (bruto de R$ 550, em julho) mais complemento de aproximadamente R$ 500, ganhos com aulas de computação.
"Sempre trabalhei em dois, três empregos", justifica. Gomes já fez "bicos" como camelô, durante dois anos, e segurança. Casado há três anos, tem uma filha de 1 ano.
O líder do movimento tem casa própria, apartamento financiado pela CEF e um carro ano 91.
Cabo vereador
No Mato Grosso do Sul, um dos líderes do movimento que paralisou a Polícia Militar é vereador do PT em Campo Grande.
O cabo José Almi Pereira Moura, 35, que se considera da "ala moderada" do PT, filiou-se ao partido há dois anos e foi eleito em 96 com 2.975 votos, a maioria de policiais.
Diz que escolheu o partido por ter um "passado de agricultor", identificando a legenda como representante "dos mais humildes". Almi ganha brutos R$ 396 na PM e R$ 10 mil na Câmara de Vereadores, dos quais R$ 3 mil vão para o Partido dos Trabalhadores.
O cabo passou a pensar em cargo eletivo após seis anos presidindo o grêmio da corporação, que por uma contribuição de R$ 3 mensais oferecia aos PMs atendimento de saúde, assessoria jurídica e crédito em supermercado.
Ele negou que o partido tenha influenciado a greve da PM. O cabo disse que começou a articular o movimento em janeiro, com a diretoria da Associação de Cabos e Soldados. "Ao mesmo tempo, a base já se manifestava."
Sargento, RP e líder
O sargento Denis Soares dos Santos, 34, despontou como líder dos PMs da Paraíba, que passaram cinco dias em greve na semana passada. Soares, que exerce a função de relações públicas da Aspom (Associação de Subtenentes, Sargentos e Tenentes da PM), acabou sendo a principal liderança do movimento grevista, que mobilizou cerca de 7,5 mil policiais em seis batalhões da PM paraibana.
(ADELSON BARBOSA, FÁBIA PRATES, WAGNER OLIVEIRA e RUBENS VALENTE)

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