São Paulo, domingo, 27 de julho de 1997 |
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Saques nos fundos foram moderados Dados do BC não confirmam grande onda de resgates GABRIEL J. DE CARVALHO
Se tomado como parâmetro o Ibovespa, o balanço de rentabilidade em julho é negativo, agora, em apenas 0,36%. É pouco para a valorização até exagerada do primeiro semestre. No ano o Ibovespa permanece com alta de 77,87% -o que confirma a Bolsa como investimento de longo prazo. Há quem entenda que a agitação poderá voltar, e que o mercado, daqui para frente, precisará ser reavaliado de semana a semana. Mas o grande teste passou sem que os novatos nos fundos abandonassem o barco em bloco. Dados do Banco Central indicam que a captação líquida (depósitos menos saques) nos fundos se mantinha positiva em R$ 1,46 bilhão, até o dia 21, na carteira livre. A maior onda de resgates nos fundos ocorreu no dia 16, logo após a primeira forte queda da Bolsa, na terça-feira (ver gráfico). O mercado estima as saídas naquele dia em cerca de 5% do patrimônio líquido dos fundos, o que daria quase R$ 1 bilhão. Na contabilidade no BC, entretanto, a saída líquida não passou de R$ 235 milhões no dia 16 e R$ 96 milhões no dia 17. Dados da Anbid (a associação dos bancos administradores de fundos) sobre o acumulado do mês, até os dias 16 e 23, também não confirmam a forte onda de saques que teria ocorrido. Qualquer que seja o número, conclui-se que a classe média que correu para os fundos nos últimos meses não foi a responsável pela queda da Bolsa. Só correu o risco de pagar o pato. A crise cambial na Ásia, fica cada vez mais claro, foi mesmo o pretexto que faltava para que grandes jogadores realizassem lucro em cima de uma valorização de 80% só neste ano. Como a alta acumulada persiste e sobraram mais feridos do que mortos da semana retrasada, a turbulência poderá voltar. Texto Anterior: A parabólica do Serjão e a ilusão dos inocentes Próximo Texto: Financeiras exploram filão de baixa renda Índice |
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