São Paulo, domingo, 27 de julho de 1997
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Cresce oferta de crédito para casa própria

MAURO TEIXEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Os paulistanos interessados em comprar a casa própria têm boas chances de realizar o seu desejo. Os bancos oferecem hoje diversos tipos de financiamentos habitacionais, ao mesmo tempo em que a indústria imobiliária aumenta significativamente a sua produção.
O número de apartamentos lançados em São Paulo cresceu 34,6% no primeiro semestre deste ano, em comparação ao mesmo período de 96 (leia texto nesta página).
Hoje é possível conseguir diferentes tipos de financiamentos habitacionais em pelo menos oito bancos. A maioria deles oferece crédito para compra de imóveis novos ou usados pelo SFH (Sistema Financeiro da Habitação) e pela carteira hipotecária. É o caso do Bradesco, Real, Unibanco, Sudameris, Citibank e Banco de Boston.
Tradicionais
SFH e carteira hipotecária são os dois sistemas de financiamento mais operados pelas instituições.
O SFH financia no máximo 70% do valor do imóvel, desde que o crédito não supere R$ 90 mil. O valor mínimo de financiamento varia de banco para banco, girando entre R$ 26 mil e R$ 36 mil. O Bradesco não exige limite mínimo.
O prazo para quitação do financiamento no SFH praticado pela maioria dos bancos é de 10 a 15 anos. Somente o Sudameris e o Banco de Boston oferecem períodos menores - até cinco e oito anos, respectivamente.
Os financiamentos pelo sistema de carteira hipotecária são mais indicados para quem já tem um financiamento pelo SFH.
O sistema oferece um limite mais elástico para o crédito, chegando a R$ 200 mil no Unibanco, Sudameris e Citibank.
Já o Bradesco não impõe limite. A maior desvantagem são as taxas de juros que incidem sobre a dívida -de 14% a 16%, contra o limite de 12% praticado no SFH.
O Banco de Boston é o único a oferecer financiamentos alternativos, incluindo o leasing imobiliário. A desvantagem são os juros cobrados, que superam os do SFH e até da carteira hipotecária.
No leasing, o comprador paga uma espécie de aluguel durante um período entre três e dez anos, com opção de compra no final. O máximo financiado é 60% do valor do imóvel (até R$ 150 mil), com juros de 17% ao ano.
Os financiamentos com recursos externos têm prazo de 10 anos para quitação, e o imóvel deve estar pronto. Os juros são de 16% ao ano, mais a variação do dólar.
Poupança
A Poupança de Crédito Imobiliário (PCI), recém-lançada pela Caixa Econômica Federal (CEF), é uma boa opção para profissionais autônomos, já que não exige comprovação de renda.
O interessado tem de fazer depósitos durante 12 meses para garantir o financiamento. O prazo para pagamento varia de 10 a 15 anos.
Podem ser comprados imóveis residenciais e comerciais. O financiamento também pode ser usado para construção, reforma ou ampliação de imóveis.
O poupador pode usar o FGTS ou outro recurso próprio para complementar o pagamento.
Para obter o financiamento, é preciso fazer depósitos mensais por um ano. Depois desse período, haverá um sorteio para definir o mês em que será liberado o dinheiro -o que ocorrerá entre o 13º e o 24º mês após o primeiro depósito.
A desvantagem da PCI é que a quantia depositada nos 12 meses ficará retida por três anos, contados a partir do primeiro depósito, e só poderá ser utilizado para abater o saldo devedor ou antecipar pagamento de prestações. Os juros são de 12% ao ano mais a TR.

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