São Paulo, domingo, 27 de julho de 1997
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'Gordura' e oferta fazem aluguel cair

Inquilino deve negociar

DA REPORTAGEM LOCAL

Negociação deve ser a palavra de ordem para os inquilinos de imóveis residenciais.
Desde o início do ano passado, os preços vêm caindo, e a oferta de imóveis para locação em São Paulo é recorde -10.300 unidades, contra 7.400 há um ano.
Com esse ambiente favorável, muitos locatários estão conseguindo se livrar do reajuste anual previsto no contrato ou até mesmo reduzir o valor pago pelo imóvel.
Segundo o presidente do Creci-SP (Conselho de Corretores de Imóveis de São Paulo), Roberto Capuano, 50, os preços ainda têm "gordura" para ser queimada. "Os aluguéis estão 50% acima da média histórica."
A "gordura" a que se refere decorre de aumentos excessivos depois da implantação do Plano Real, em julho de 1994.
O que ocorre na prática é o seguinte: muitos inquilinos contrataram o aluguel por um um certo valor, mas encontram hoje oferta de imóveis praticamente iguais -em muitos casos no mesmo edifício- com valores inferiores.
Com isso, a negociação para a isenção do reajuste (geralmente IGPM ou IPC) fica mais fácil.
Em caso de intransigência do proprietário, o inquilino pode pensar em deixar o imóvel, mesmo que haja necessidade de pagar multa. A multa por rescisão é, na maioria das vezes, o equivalente a três aluguéis. Mas ela é proporcional ao tempo em que o inquilino ficou no imóvel.
Uma diferença de, por exemplo, R$ 100 por mês no aluguel pode cobrir com folgas a multa ao longo de um ano.
A Pacheco Imóveis recebe dez pedidos de negociação de aluguel por dia. Segundo Vera Lúcia Côrrea, 40, auxiliar de renovação de contrato da empresa, em 70% dos casos ocorre a isenção do reajuste e em 20% deles há redução. Só 10% dos inquilinos não têm sucesso na reivindicação.
Segundo Elisabete Lessa, dona da imobiliária Selo, o aluguel que há um ano era de R$ 1.000 mensais hoje caiu para R$ 700 por mês.

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