São Paulo, domingo, 27 de julho de 1997
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Liechtenstein debate monarquia

The Wall Street Journal
de Nova York

DO "THE WALL STREET JOURNAL"

Os políticos de Liechtenstein enfrentaram o príncipe para freá-lo em sua busca de poder. A resposta dele: "Se não posso apontar os juízes que quero ver aprovados pelo voto, faço as malas e vou para Viena". Os políticos desistiram de suas reivindicações, diz o jornal.
"A monarquia nos dá nossa identidade nacional", disse ao diário Petter Wolff, membro do Parlamento e um dos homens que foram ao castelo desafiar o príncipe.
"Precisamos da monarquia", disse ele. "Na verdade, Liechtenstein tem pouco além disso", escreve o "The Wall Street Journal. "O país, o sexto menor do mundo, tem menos de 31 mil habitantes. Seu território, todo de bodes, chalés e regatos, cabe no Brooklyn (Nova York)".
Embora seja nos Alpes, a paisagem não é particularmente bonita. "Não é um lugar a que viria para passar férias", disse Wolff.
"O que temos é Sua Serena Alteza, príncipe Hans-Adam 2º de Liechtenstein, duque de Rietberg, conde de Troppau", diz o "Wall Street".
Descrito pelo jornal como determinado, calculista e excêntrico, o príncipe transformou os confusos negócios da família em um império bancário antes de subir ao trono, em 1989.
"Como um dos poucos monarcas que detém poder real, o príncipe é uma presença que mantém o país unificado e que fica no caminho de todos os que possam ter a tentação de unificar Liechtenstein com seus vizinhos gigantes, como ele chama a Suíça e a Áustria", escreve o diário.
A Constituição do Liechtenstein prevê que o poder seja dividido entre "o povo e o príncipe". O povo elege o Parlamento, que escolhe um chefe de governo para a política diária. O príncipe tem a palavra final em tudo e pode dissolver o Parlamento, se não estiver satisfeito, o que ele já fez várias vezes.
Agora, quer nomear os juízes do país porque, acredita, um monarca está mais afastado das disputas.
"Ele quer reinar como o executivo-chefe de uma empresa", disse Wolff. "Ele escuta os dois lados de um debate e toma a decisão. Mas democracia não é assim". O príncipe chama os políticos de oligarquia. "Antes, os oligarcas se chamavam de aristocratas: os melhores. Agora eles se chamam de representantes do povo", explica.

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