São Paulo, domingo, 27 de julho de 1997
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Como tratar a rival

LAVÍNIA FÁVERO

Para elas, não existe "malvadeza" pior do que fingir-se de amiga
Participaram deste debate as estudantes Carla Reuter, 21, e Lana Castan, 20, a publicitária Melissa Crescêncio, 24, e a psicóloga Samira Lorusso, 25, todas solteiras.
Revista - O que uma mulher precisa fazer para ser definida como rival?
Melissa - Ter os mesmos objetivos que eu.
Carla - Partiu para o mesmo interesse, é rival.
Lana - Ex-namorada.
Samira - Esse é o pior tipo.
Revista - Qual o tipo de rival mais difícil de lidar?
Melissa - A sonsa. Aquela que se diz sua amiga, mas, no fundo, quer lhe passar a perna.
Carla - Claro, porque aquela que abre o jogo, você já descobre no início.
Lana - Aquelas quietinhas, que, por trás, convidam seu namorado para sair.
Samira - A que joga sujo.
Revista - Mas, entre a menina que dá em cima do seu namorado descaradamente e a que se diz amiga dele, qual é a mais perigosa?
Carla - É difícil dizer, porque homem, no final das contas, é tudo igual. Não pode ver alguém dando em cima que já fica todo convencido.
Melissa - A que se faz de amiga é a mais perigosa, é a mais inteligente.
Lana - As que dão em cima muito descaradamente não costumam ter muito sucesso. Cão que late muito não morde.
Carla - Até morde, mas logo larga o osso... Não chega a pôr medo.
Samira - A que dá em cima deixa claro seu objetivo. A outra não...
Revista - É possível manter a classe ao lidar com as rivais?
Carla - Lógico! Por exemplo, eu estava na casa de um grande amigo. A menina que se dizia namorada dele e me tinha como rival chegou e chamou-o para conversar no quarto. Achei muito indelicado, mas não me importei e fiquei esperando na sala até que eles voltassem. Só que, aí, ouvi a menina falando mal de mim para ele. Fiquei quieta. Logo depois, ele dispensou a menina.
Samira - Com certeza! Uma vez, eu estava meio de mal com um namorado, e saímos numa turma de amigos. Aí, começaram a fazer fofoquinhas na mesa, eu tive de me controlar. Nessas horas, tem de engolir o orgulho e dar aquele sorriso, como se nada estivesse acontecendo. O travesseiro aguenta depois, mais tarde, os lamentos.
Melissa - Às vezes não dá, a gente perde o controle!
Revista - Quando?
Melissa - Eu tive uma experiência horrível. Eu tinha um namorado, e a gente foi na festa de uma menina da turma. Ela jogou todas as amigas dela em cima do meu namorado. Eu segurei. Até que uma soltou um comentário do tipo: "Tudo isso com essa negona?". Eu tive vontade de descer o barraco mesmo, mas ele se deu conta primeiro e disse que queria ir embora da festa.
Revista - Qual a melhor tática: deixar claro para ele que você não gosta de certa pessoa (porque ela é sua rival) ou fingir que não vê?
Lana - Não dá para fingir, mas também não pode ficar em cima do cara.
Carla - Acho que não se deve falar, até para não provocar o interesse dele.
Samira - Primeiro, eu observo a atitude dele em relação a essa rival. Tendo algum indício, eu sento e abro o jogo.
Revista - Qual foi a pior maldade que vocês já fizeram a uma rival?
Lana - Uma vez eu fiquei sabendo que uma menina tinha ficado com meu namorado. Quando ela arrumou um namorado, algum tempo depois, dei um jeito de ficar com ele. Não sei se foi uma atitude de classe, mas tinha de ser feito!
Melissa - Acho que foi me passar por amiga dela.
Carla e Samira - Com certeza!
Carla - Essa é a pior malvadeza: matar a cobra com seu próprio veneno.

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