São Paulo, domingo, 27 de julho de 1997
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Apenas seis Nobel

ALEXANDRA OZORIO DE ALMEIDA; GABRIELA MICHELOTTI

POR ALEXANDRA OZORIO DE ALMEIDA
E GABRIELA MICHELOTTI
Até hoje, apenas seis mulheres conquistaram o prêmio Nobel na categoria Fisiologia e Medicina. A primeira foi Gerty Radnitz Cori, que ganhou o Nobel em 1947, aos 51 anos, junto com seu marido. A última, a alemã Christiane Nüsslein-Volhard, em 1995.
Entre as seis, apenas uma mulher conquistou sozinha o prêmio, sem formar duplas com homens em suas pesquisas. Barbara McClintock levou o Nobel em 1983 por um trabalho que havia feito 35 anos antes: a descoberta dos genes saltadores.
O livro "Mulheres que Ganharam o Prêmio Nobel em Ciência", de Sharon Bertsch McGrayne, mostra, entretanto, que a vida dessas cientistas não foi fácil, principalmente no início do século.
Barbara McClintock (1902-1992), por exemplo, foi ameaçada de demissão caso optasse por trocar a ciência por um marido.
A italiana Rita Levi Montalcini, de família judaica, foi perseguida pelo regime fascista e "forçada a abandonar" a faculdade, em 1938.
Ela montou um laboratório clandestino em sua casa, onde fez grande parte de sua pesquisa sobre mecanismos de crescimento de células nervosas, que lhe rendeu o Nobel em 1986. Outras mulheres eram impedidas de utilizar o banheiro do laboratório em que trabalhavam e isoladas em porões. Muitas cientistas também chegaram a trabalhar até 12 anos sem ganhar um salário.
Contando todas as categorias do Nobel -Medicina e Fisiologia, Química, Física, Literatura, Economia e Paz-, no total, 28 mulheres já foram premiadas, exceto em uma categoria: Economia.
A única mulher a levar o Nobel duas vezes foi a francesa Marie Curie: em 1903, de Física, e em 1911, de Química.

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