São Paulo, domingo, 27 de julho de 1997 |
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Marcas de grife aderem ao franchising
CLEBER MARTINS
Parece desfile do MorumbiFashion Brasil ou do Phytoervas Fashion, mas é a lista de confecções que estão investindo em franquias. As grifes são diferentes, mas a tendência predominante é a mesma: trocar a simples revenda pelas lojas franqueadas da marca. Assim como boa parte dos modelos que produzem, as franquias de grifes custam geralmente caro. Quem quer abrir uma loja não assina o contrato com a maioria dessas marcas sem desembolsar pelo menos R$ 100 mil. Algumas, no entanto, preferem não informar os custos para negociar caso a caso (veja quadro abaixo). Muitas delas já desfilam números vistosos no franchising. A italiana Benetton conta 138 franqueados no país. A Zoomp já passou dos 60. A Ellus tem 56 lojas do tipo. A recordista United Colors of Benetton desembarcou no país em 1984 e começou com pequenas lojas. Hoje a prioridade já é investir em unidades com mais de 300 m². "Estamos crescendo num ritmo de 15% ao ano", diz Mauro Voltolina, diretor comercial, que veio da Itália para trabalhar no Brasil. A empresa de Luciano Benetton, famosa pelas campanhas ousadas de publicidade, só tem duas lojas próprias no país. A rede brasileira vende cerca de 1,8 milhão de peças por ano, principalmente malhas. "O franchising é um bom negócio, para franqueador e franqueado. O volume de vendas cresce muito", afirma Paulo Cortez, gerente nacional de vendas da Ellus. Segundo ele, o faturamento da confecção decolou com o Plano Real, em 1994, e vem crescendo mais de 30% ao ano desde então. "A previsão é aumentar 50% neste ano em relação a 1996", afirma. A rede planeja chegar a 59 unidades franqueadas até o final do ano. Somente seis são próprias. A grife também fornece produtos para cerca de 400 lojas multimarcas. As roupas masculinas da Hugo Boss são outras que estão indo parar nos cabides de franqueados. A grife alemã, que está desde 1989 no país, já inaugurou 30 unidades. "Nossa meta é abrir cinco lojas ao ano", diz Francisco Paixão Jr., responsável pelo franchising. A empresa não possui nenhuma loja própria nos 80 países em que atua. "A marca sempre quis se concentrar na produção das peças, deixando as vendas para os revendedores e os franqueados", diz. A Hugo Boss do Brasil foi comandada pelo piloto Émerson Fittipaldi até 1995, quando ele vendeu o controle acionário para a matriz. A Bunny's fez o caminho inverso do escolhido pela Hugo Boss. Primeiro, cresceu com lojas próprias para depois abrir franquias. Hoje tem 78 próprias e 10 franquias. "Estamos nos concentrando na abertura de franquias", conta Vera Milliet, responsável pela área. A previsão da rede, que começou em 1975 revendendo jeans Levi's, é fechar 1997 com mais dez franquias. LEIA MAIS sobre moda na pág. 6-14 Próximo Texto: Marcas de grife aderem ao franchising Índice |
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