São Paulo, quarta-feira, 6 de agosto de 1997 |
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16,9 mi têm no máximo 1 ano de estudo
DA SUCURSAL DO RIO; COM A REPORTAGEM LOCAL O censo de 1996, divulgado ontem pelo IBGE, mostrou que 13,6% da população brasileira com dez anos ou mais tem menos de um ano de instrução escolar.A porcentagem representa um contingente de 16,9 milhões de habitantes que, na data da realização do censo, ou nunca haviam frequentado a escola, ou o fizeram por menos de um ano. Embora o censo não apresente dados completos sobre analfabetismo, os técnicos do IBGE avaliam que 90% dessas pessoas são analfabetas. A taxa de analfabetismo funcional (menos de quatro anos de escolaridade) no país ainda estava em 35,1% em 96, acima de países como Chile (24%), Uruguai (de 7% a 8%) ou Coréia do Sul (1%), de acordo com dados do IBGE. Não foi divulgada a taxa anterior. Para esses mesmos padrões, porém, as taxas de analfabetismo devem ser tomadas na faixa da população a partir dos 15 anos de idade. Os dados apresentados ontem não continham essa estatística, nem foi possível elaborá-la, conforme a Folha solicitou. Por outro lado, o censo mostrou que a taxa de escolaridade no país melhorou, mas ainda está longe do ideal para "o exercício pleno da cidadania e produtividade em uma sociedade moderna". O IBGE destaca como "um dos principais dados da contagem populacional" a velocidade com que aumenta no país a escolaridade dos jovens entre 15 e 17 anos. A taxa de escolarização desse grupo passou de 48,8% a 55,3% entre 80 e 91. Em 96, essa taxa já havia passado para 66,8%. Ainda segundo o IBGE, 90% das crianças entre 7 e 14 anos estão na escola no Brasil, número considerado promissor, mas ainda abaixo da taxa ideal de 97% a 98%. Na Argentina, essa taxa é de 95%. O IBGE avalia que a crescente expansão da cobertura e da retenção de jovens nas escolas só no futuro apresentará seu impacto na educação de nível superior. O censo constatou que 25,8% dos jovens entre 18 e 24 anos frequentam escolas -e não necessariamente no nível que lhes corresponderia pela idade, o superior. A propósito, o IBGE mostrou que é muito grande a defasagem entre o nível escolar frequentado pelo estudante e o que ele deveria frequentar pela idade que tem. Já aos 7 anos de idade, quando as crianças deveriam estar começando o 1º grau, 14% delas ainda estão na pré-escola. Na faixa dos 18 anos, segundo o IBGE, 90% dos jovens estão defasados. Na média, somente nessa idade o jovem completa as oito séries do 1º grau. Com a Reportagem Local Próximo Texto: Estimativa do MEC pode estar errada Índice |
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