São Paulo, quarta-feira, 6 de agosto de 1997
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Estimativa do MEC pode estar errada

DA REPORTAGEM LOCAL

Os dados do censo de 1996 relativos à escolarização na faixa de 7 a 14 anos, correspondente ao ensino fundamental, mostram que o Ministério da Educação (MEC) pode ter exagerado em suas estimativas sobre o número de alunos nas escolas brasileiras.
Em seu relatório "Desenvolvimento da Educação no Brasil", de 1996, o MEC afirmava que, em 1994, 96,2% das crianças dessa faixa etária frequentavam a escola.
Essa estatística foi passada à Unesco, órgão de educação e cultura da Organização das Nações Unidas (ONU), representando as informações oficiais brasileiras sobre a escolaridade.
Para o IBGE, no entanto, o percentual é de 90%, em 1996.
Escolas
Em outras palavras, haveria cerca de 1,6 milhão de crianças a mais sem escola do que pensava o governo federal (segundo o censo, são, no total 2,7 milhões de pessoas entre 7 e 14 anos fora das salas de aula).
Para atender a essa demanda, seria necessário construir cerca de 1.600 escolas, já que a média brasileira é de mil alunos por estabelecimento. O custo médio de uma escola assim é de R$ 1 milhão.
Segundo a presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais do MEC, Maria Helena Guimarães de Castro, o ministério considerou, em seu relatório, além das crianças de 7 a 14 anos matriculadas no 1º grau, também as que estavam fora dele, na pré-escola ou no 2º grau.
"O IBGE se refere só ao contingente que está no 1º grau", disse.
Castro reconheceu, porém que o ministério trabalhou com uma estimativa de população, feita pelo IBGE, que poderia estar errada.
Disse também que os instrumentos de coleta de dados do MEC, junto às escolas, vêm melhorando desde então.
O fato é que, segundo ela, o Censo Escolar de 1997, cujos números estão sendo finalizados pelo MEC, aponta, preliminarmente, que cerca de 92% das crianças de 7 a 14 anos estão matriculadas em escolas -número inferior ao de 1994.
Números
Segundo o censo do IBGE, a taxa de escolaridade de 7 a 9 e de 10 a 14 anos é maior nos Estados do Sul (96,3% e 91,1%, respectivamente) e do Sudeste (95,5% e 92,5%).
No Norte, esses mesmos números caem para 84,4% e 85,2%, na ordem.
No Nordeste, os índices empatam em 86% nas duas faixas etárias. Por fim, no Centro-Oeste, eles ficam em 93,6% e 91,4%.

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