São Paulo, quarta-feira, 6 de agosto de 1997
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Senado sabatina Gustavo Franco amanhã

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A sabatina do presidente indicado para o Banco Central, Gustavo Franco, na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado foi marcada para amanhã, às 11h. Ontem mesmo, o economista visitou senadores para garantir uma sessão tranquila.
Há restrições ao nome de Franco na comissão. O presidente da CAE, José Serra (PSDB-SP), por exemplo, quando ministro do Planejamento não concordava com a política cambial adotada por Franco.
O nome de Franco precisa ser aprovado pela CAE e pelo plenário do Senado. Sabe-se que não há risco de rejeição, mas os governistas querem evitar polêmicas mais acirradas durante a sabatina.
Ontem, Franco conversou primeiro com o presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), e depois com o líder do governo no Congresso, senador José Roberto Arruda (PSDB-DF).
Ao sair dos encontros, Franco manteve a mesma postura que vem adotando desde que foi anunciada sua indicação à presidência do BC e se negou a dar declarações.
"Ele trouxe dados sobre política econômica e falou um pouco sobre sua carreira acadêmica", disse Arruda, que será o relator do assunto na CAE.
Antes da visita de Franco, o próprio ministro Pedro Malan (Fazenda) fez uma visita preparatória a ACM, na tarde de ontem.
ACM disse que o Senado não deve apresentar resistência à indicação de Gustavo Franco para a presidência do BC.
A expectativa do governo é que, uma vez aprovado o nome na CAE, a indicação seja votada no Senado na semana que vem.
Serra
A aprovação do nome de Franco para a presidência do BC está sendo negociada com o Senado desde a semana passada, apurou a Folha.
Malan (Fazenda) e o líder do governo no Senado, Elcio Alvares (PFL-ES), estavam acertando a presença de José Serra à sabatina.
Ontem, eles conseguiram conversar com Serra, que estava no Chile, e confirmar que ele estará em Brasília ainda hoje. A liderança do governo e o ministro da Fazenda estavam dispostos a adiar para a próxima semana a sabatina, caso Serra não voltasse de sua viagem nesta semana.
Franco e Serra devem se encontrar antes da sabatina na CAE, o que pode acontecer ainda hoje.
"O fato de Serra ser desafeto de Franco poderá até ajudar, pois o presidente da CAE vai se sentir ainda mais obrigado a manter uma postura ética", disse o senador Jefferson Peres (PSDB-AM).
Câmbio
O assunto predominante na sabatina de Franco deverá ser a política cambial. Pelo menos seis senadores da CAE planejam perguntar sobre o tema.
"Há inúmeros indicadores de desequilíbrio. Seria mais razoável se houvesse maior flexibilidade na política cambial", disse o senador Eduardo Suplicy (PT-SP).
A situação das contas externas também preocupa senadores da base de apoio do governo, como Vilson Kleinubing (PFL-SC).
"Queremos saber por que Gustavo Franco está convencido de que a política está correta. É difícil manter déficit (comercial) por muito tempo", disse Kleinubing.

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