São Paulo, quarta-feira, 6 de agosto de 1997 |
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Novo sistema imobiliário será votado na terça
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA A votação do projeto que cria o SFI, novo sistema de financiamento imobiliário, ficou para a próxima terça-feira.Os líderes dos partidos que apóiam o governo se reuniram ontem e decidiram marcar a discussão do texto para a próxima semana. O deputado José Chaves (PMDB-CE) foi escolhido para relatar o projeto. O principal ponto do SFI (Sistema de Financiamento Imobiliário) é a alienação ficudiária, isto é, o mutuário só terá a posse do bem no final do contrato, depois de ter pago todas as prestações. Com isso, será mais fácil retomar o imóvel em caso de inadimplência. O período permitido para atrasos de pagamentos será fixado no contrato, assim como o prazo do financiamento e as taxas de juros. No projeto, o governo autoriza a criação do CRI (Certificado de Recebível Imobiliário). É uma espécie de título que poderá ser negociado no mercado secundário -que negocia títulos de terceiros. Essa medida deve estimular os financiamentos imobiliários. Isso porque um banco financia o mutuário e tem de esperar o retorno do empréstimo em 15 ou 20 anos. Com a criação do certificado, o banco poderá transformar o contrato em títulos e negociá-los. Ele terá recursos para fazer outros empreendimentos habitacionais. Os líderes dos partidos fizeram um acordo para que o projeto seja aprovado praticamente sem alterações. Muitas emendas foram apresentadas, mas a idéia é mudar o mínimo possível. "Se formos discutir as emendas, será uma discussão infindável. O projeto está bom e a idéia é não acatar as emendas", disse o líder do PTB na Câmara, deputado Paulo Heslander (MG). O tradicional SFH (Sistema Financeiro da Habitação) será mantido. Hoje, a legislação obriga que os bancos destinem o equivalente a 70% dos recursos da poupança a financiamentos pelo SFH. Renegociação Hoje, a CEF (Caixa Econômica Federal) divulga novas regras para renegociação dos contratos de financiamento da casa própria pela carteira hipotecária que estão em atraso. A idéia é incluir os contratos no novo sistema de amortização criado pela instituição, que amortiza mais a dívida no início. O prazo de pagamento dos contratos também será ampliado e isso deve permitir a queda da inadimplência. Atualmente, a CEF tem 1,5 milhão de contratos imobiliários, sendo que cerca de 12 mil são do sistema hipotecário. Desse total, aproximadamente 4.000 estão em atraso (33,3%). Os contratos foram dirigidos, principalmente, à classe média. Esse índice de inadimplência é considerado muito alto, e a instituição verificou que o atraso é provocado pelo reajustes das prestações e do saldo devedor. A CEF já estabeleceu regras para o refinanciamento dos contratos em atraso do SFH. As dívidas podem ser pagas em até 60 meses, com taxas de juros de 9% ao ano. Texto Anterior: Custo de vida sobe 0,55% em julho Próximo Texto: Mutuários se reúnem hoje em Brasília Índice |
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