São Paulo, quinta-feira, 7 de agosto de 1997
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Câmara quer discutir proposta

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Líderes da Câmara pressionam o presidente Fernando Henrique Cardoso para que não seja enviada uma proposta fechada de mudanças na segurança pública.
O objetivo é não esvaziar ainda mais a comissão especial que será instalada hoje para discutir o assunto. A comissão tem poderes limitados. Pelo regimento, ela só poderá sugerir mudanças na segurança pública.
A emenda que o governo deverá enviar ao Congresso será discutida informalmente na comissão.
A tramitação oficial vai seguir o rito normal: será votada na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) e depois em comissão especial criada para discutir a emenda.
"O poder da comissão é de aglutinar as várias propostas e buscar o consenso", afirmou o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP). "O poder da comissão é reduzido", disse o líder do PTB, Paulo Heslander (MG).
Temer se reuniu na manhã de ontem com o presidente e pediu que o governo não envie uma proposta definitiva. Segundo Temer, FHC disse que antes de definir a proposta vai ouvir os governadores, os líderes governistas e o próprio presidente da Câmara -secretário de Segurança de São Paulo no governo Fleury.
"O presidente quer enviar uma proposta que seja viável nesta Casa", afirmou. Anteontem, os líderes governistas criticaram o fato de a solução para a crise estar sendo discutida apenas no Executivo.
'Imprudência'
"Seria imprudente mandar um projeto acabado", disse o líder do PSDB, Aécio Neves (MG), que ontem também conversou com FHC.
"O presidente não tem intenção de dar uma satisfação imediata. Ele acha que a comissão é importante para aprofundar as discussões", afirmou o líder tucano.
O deputado Abelardo Lupion (PFL-PR), indicado para presidir a comissão, disse que vai sugerir ao governo que não mande ao Congresso uma proposta fechada.
"Isso só vai causar desgaste, porque quem tem o poder deliberativo é o Congresso", afirmou Lupion. "A proposta do governo deve vir em forma de sugestão."
"Os Estados não estão gostando do fato de o governo federal ter feito uma proposta", disse a deputada Zulaiê Cobra (PSDB-SP), indicada para a relatoria da comissão. "Houve precipitação do governo por causa da situação caótica. A proposta terá de ser rediscutida."

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