São Paulo, quinta-feira, 7 de agosto de 1997
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FHC elogia o seu governo e faz críticas a opositores

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Em meio à crise das polícias, ainda sem solução, o presidente Fernando Henrique Cardoso fez ontem um discurso para "reafirmar o entusiasmo pelo Brasil". Elogiou seu governo, criticou opositores e ressaltou que São Paulo tem a inflação mais baixa desde 1951.
"Quem aposta no Brasil aposta bem, porque aposta num país que tem futuro. Com uma diferença: o futuro do país é agora. Levamos muitos anos sendo o país do futuro. Chegou o futuro, o futuro é hoje, o futuro é agora", disse o presidente, durante cerimônia de concessão da telefonia celular em São Paulo, Bahia e Sergipe.
Para FHC, ontem foi um "dia de boas notícias", entre elas a inflação de 5,81% acumulada nos últimos 12 meses em São Paulo, a menor em 46 anos.
Demografia
"Isso significa que, provavelmente, 80% dos brasileiros vivos nunca tinham assistido uma taxa de inflação tão baixa."
Outra "boa notícia" registrada pelo presidente foi a queda da taxa de crescimento demográfico para 1,38%, mostrada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
"Porque é ilusório pensar que, sem o controle da inflação, teria sido possível haver a mudança social que está ocorrendo. Só os piores cegos, que são os que não querem ver, imaginam que o governo não está dando atenção ao social. É o contrário", disse.
Para ele, o país vive "a passagem de um capitalismo selvagem para um capitalismo com consciência social", que "precisa de um governo que seja capaz de cobrar na competição aberta".
"Estamos construindo um novo país", afirmou o presidente. "O Estado não está sendo demolido pelo governo. Está sendo reformulado para termos capacidade de competir e para que possamos ter políticas que melhorem as condições de vida da população."
Ele fez um desafio aos críticos do governo: "mostrar por números que num período tão curto de tempo fosse possível provocar tantas mudanças favoráveis".
Aristóteles
FHC citou o filósofo Aristóteles para lembrar que os pensadores clássicos gregos incluíam a felicidade na definição de política. "Saiu de moda, mas é preciso entender que não pode haver um projeto político que não seja um processo capaz de tornar mais feliz a população."
Segundo ele, os brasileiros estão mais otimistas.
"Esse ingrediente de felicidade tem que ser reintroduzido nas nossas preocupações."
No discurso para políticos e empresários, o presidente citou realizações de seu governo, como a privatização das malhas ferroviárias, obras em hidrovias, em portos e a "revolução branca" na área de comunicações.

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