São Paulo, quinta-feira, 7 de agosto de 1997 |
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Classe deve ser sala de leitura
FERNANDO ROSSETTI
A própria sala de aula demonstra isso. Nas paredes estão pregados recortes de jornal, listas de palavras, de nomes, redações extensas de alunos -uma quantidade variada de informações com as quais as crianças já tiveram contato. Uma boa aula de português hoje, para essa faixa etária, é completamente diferente da que tiveram as gerações com mais de 30 anos. Não se usam mais aquelas frases tipo "O Ivo viu a uva" ou "A babá brinca com o bebê". Por outro lado, além de livros, há muito gibi da "Mônica" e do "Tio Patinhas" nas salas de aula -o que já foi impensável. O básico é ler e contar histórias. Quanto mais, melhor. Essa prática habitua as crianças a diferentes tipos de texto. Depois da leitura, a atividade é em geral reconstruir a história. "Como é que começa um conto de fadas?", pode perguntar a professora a uma roda de crianças. "Era uma vez...", responde uma aluna. "Em uma terra distante, muito tempo atrás...", tenta outra. O mesmo acontece com notícias de jornal -escolhidas de acordo com interesses identificados na turma. Algumas crianças de 1ª série já sabem que o "lead" (primeiro parágrafo) de uma reportagem deve responder às perguntas quem, quando, onde, como e por quê. Só depois da análise da estrutura do texto é que se parte para o trabalho mais detalhado com a ortografia -e, em algumas escolas, com a caligrafia. O resultado é que hoje, aos 7 anos, as crianças não apenas sabem ler e escrever, como já estão montando livros e jornais com seus próprios textos. (FR) Texto Anterior: Aprendizado começa antes da entrada da criança na escola Próximo Texto: UMA SALA IDEAL DE 1ª SÉRIE DO 1º GRAU Índice |
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